ATA DA DÉCIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 13-3-2008.
Aos treze dias do mês de março do ano de dois mil e
oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni,
Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Ervino Besson, Guilherme
Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz,
Margarete Moraes, Neuza Canabarro e Professor Garcia. Constatada a existência
de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Carlos
Comassetto, Carlos Todeschini, Elias Vidal, Elói Guimarães, José Ismael Heinen,
Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei,
Maristela Meneghetti, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Newton Braga Rosa, Nilo
Santos, Sofia Cavedon, Valdir Caetano e Wilton Araújo. À MESA, foi encaminhado,
pelo Vereador Alceu Brasinha, o Projeto de Lei do Legislativo nº 023/08
(Processo nº 0938/08). Também, foram apregoados os seguintes Ofícios do Senhor
Prefeito Municipal de Porto Alegre: nº 098/08 (Processo nº 0617/08),
encaminhando cópia dos processos que fixam as tarifas para o transporte
coletivo urbano e transporte seletivo por lotação; e nº 187/08, encaminhando o
Projeto de Lei do Executivo nº 012/08 (Processo nº 1681/08). Do EXPEDIENTE, constaram:
Ofícios nos 138/07, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre;
406/07, do Senhor Valdemir Colla, Superintendente Regional da Caixa Econômica
Federal – CEF –; e Ofício s/nº, da Câmara dos Deputados. Durante a Sessão,
constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovada a Ata da Décima
Terceira Sessão Ordinária. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em
TRIBUNA POPULAR, aos Senhores Edmilson Todeschini e Arodi de Lima Gomes,
Presidentes, respectivamente, da Associação dos Procuradores do Município de
Porto Alegre e da Comissão de Advocacia Pública da Ordem dos Advogados do
Brasil – Seccional Rio Grande do Sul – OAB/RS –, que relataram as mobilizações
nas esferas federal e estadual pelo cumprimento de acordos feitos para a
melhoria das condições de trabalho das carreiras da advocacia pública. Nesse
sentido, defenderam a implementação imediata de políticas com o objetivo de
valorização dos serviços jurídicos municipais e de seu quadro de apoio,
propugnando pela mobilização dos Senhores Vereadores, a fim de que se promovam
alterações na Lei Orgânica, em prol da categoria dos servidores da Procuradoria
Geral do Município. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os
Vereadores Carlos Todeschini, Elias Vidal e João Antonio Dib e a Vereadora
Maria Luiza manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna
Popular. Às quatorze horas e quarenta e um minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e três
minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador
Carlos Todeschini declarou-se favorável às reivindicações expostas em Tribuna
Popular pela Procuradoria Geral do Município. Ainda, comentou erros na
apresentação de Projetos de Lei encaminhados a esta Casa pelo Prefeito e questionou
a contratação, sem licitação, de serviços pelo Município. Finalizando,
referiu-se a problemas na área da saúde em Porto Alegre, defendeu a medição
individual do consumo de água em condomínios e comentou as investigações sobre
as fraudes no Detran gaúcho. O Vereador Claudio Sebenelo replicou críticas
feitas à gestão do Prefeito José Fogaça em relação ao Conselho Municipal de
Saúde e à realização da Conferência Mundial sobre Desenvolvimento de Cidades, elogiando as
ações do Governo Municipal, principalmente a construção do Conduto Forçado
Álvaro Chaves e a preocupação com o saneamento ambiental. Também, reportou-se a
pesquisas de opinião com vistas às eleições para Prefeito e analisou deficiências
no ensino das escolas públicas brasileiras. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli
Sell protestou contra deficiências existentes em operadoras de telefonia móvel,
asseverando que serviços não contratados e chamadas não efetivadas são cobrados
dos usuários de telefones celulares. Ainda, afirmou que Sua Excelência
realizará, no próximo sábado, Dia Mundial do Consumidor, campanha de
conscientização da população sobre os deveres dessas empresas na prestação de
seus serviços. O Vereador Elói Guimarães discorreu acerca de decisão judicial
que reintegra o Senhor Ubirajara Amaral Macalão, acusado de envolvimento em
fraude com selos de correspondência, ao quadro de funcionários da Assembléia
Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Sobre o assunto, ponderou que a
concessão dessa liminar foi baseada na inobservância de formalidades jurídicas
quando do processo de desligamento do Senhor Ubirajara Amaral Macalão daquele
Legislativo. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei teceu comentários acerca de
protesto realizado no Bairro Lomba do Pinheiro por taxistas, em face de roubo
ocorrido na região, chamando a atenção para deficiências existentes nos
serviços de segurança pública disponibilizados àquela comunidade, bem como suas
conseqüências. Nesse sentido, rechaçou o Projeto Integrado Desenvolvimento
Sustentável Lomba do Pinheiro, alegando que essa iniciativa não contempla as
necessidades daquele Bairro. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Aldacir Oliboni cobrou
do Governo Municipal o repasse aos agentes comunitários de saúde de recursos
oriundos do Executivo Estadual, a título de premiação pela melhoria dos índices
de saúde no Rio Grande do Sul, solicitando que o Ministério Público interceda
nessa questão. Além disso, apresentou dados relativos às verbas que a União tem
enviado a Porto Alegre para investimentos na área de saúde pública, indagando
acerca da sua destinação. O Vereador Bernardino Vendruscolo divulgou a
possibilidade de parcelamento do Imposto sobre a transmissão “inter-vivos” –
ITBI –, historiando o processo de implementação dessa modalidade de pagamento e
destacando o aumento da arrecadação desse tributo após a entrada em vigência da
alteração na sua cobrança. Também, formulou questionamentos acerca do Projeto
de Lei do Legislativo nº 312/07, relativo ao Programa de Restrição ao Trânsito
de Veículos Automotores. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Marcelo Danéris
pronunciou-se acerca do processo de escolha, no próximo domingo, para decidir o
candidato do Partido dos Trabalhadores às eleições municipais deste ano,
recordando os debates internos dessa legenda, que antecederam esse momento
decisório. Nesse sentido, apresentou pontos que deverão integrar o programa de
governo da candidatura petista, asseverando que deficiências da atual gestão
municipal serão discutidas pelo PT. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Ervino Besson registrou a presença, neste Plenário,
do Senhor Gilberto Werner, destacando
a participação de Sua Senhoria na elaboração do Projeto de Lei do Legislativo
nº 052/07, que cria o Recanto Ecológico José Antonio Lutzenberger, a ser
erigido no Parque Marinha do Brasil. Ainda,
lembrando que o direito à propriedade é princípio garantido pela
Constituição Federal, protestou contra invasões de terras ocorridas no corrente
mês em áreas rurais do País. O Vereador João Antonio Dib, historiando sua
trajetória de trinta e sete anos como Vereador desta Casa, lembrou a
necessidade da coerência e da verdade como princípios básicos da atuação
política. Nesse contexto, discutiu as reivindicações apresentadas hoje em
Tribuna Popular pela Associação dos Procuradores do Município de Porto Alegre,
afirmando que elas são incoerentes com a Lei Orgânica Municipal e não
contemplam todas as categorias do funcionalismo municipal. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Mario Fraga solicitou
o apoio dos Senhores Vereadores ao Projeto de Lei do Legislativo nº 312/07, de
sua autoria, que autoriza o Poder Executivo a implantar o Programa de Restrição
ao Trânsito de Veículos Automotores no Município de Porto Alegre. Da mesma
forma, aludiu à Lei Municipal nº 7.632/95, originária de proposta de Sua
Excelência, que estabelece critérios para o uso do cinto de segurança nas vias
terrestres da Cidade. O Vereador Haroldo de Souza comentou nota publicada hoje
no jornal O Sul, intitulada “Ex-secretário do PT se recusa a prestar serviço
comunitário”, e divergiu de críticas ao Prefeito José Fogaça formuladas nesta
Sessão pelo Vereador Carlos Todeschini, comparando a qualidade dos serviços
públicos de Porto Alegre durante o Governo atual e o da época em que o PT esteve
à frente da Prefeitura Municipal. Também, manifestou-se acerca do Projeto de
Lei do Legislativo nº 312/07. O Vereador Alceu Brasinha posicionou-se
favoravelmente ao Projeto de Lei do Legislativo nº 312/07, afirmando que o
trânsito apresenta freqüentes engarrafamentos e exige medidas concretas para
alteração desse quadro. Além disso, elogiou o trabalho dos Secretários
Municipais, destacando a gestão dos Senhores Maurício Dziedricki e Idenir
Cecchim no Executivo de Porto Alegre. Finalizando, comentou a partida de
futebol realizada ontem entre as equipes do Sport Club Internacional e do
Esporte Clube Juventude. O Vereador João Antonio Dib debateu o Projeto de Lei
do Legislativo nº 312/07, de autoria do Vereador Mario Fraga, que autoriza o
Poder Executivo a impor restrições à circulação de veículos automotores no
Município. Sobre o assunto, relatou problemas que poderiam ser causados caso
essa medida fosse implantada e citou pesquisa feita pela Rádio Guaíba, que
apontou a rejeição do referido Projeto por noventa e um por cento dos
entrevistados. O Vereador José Ismael Heinen referiu-se à importância do
respeito às faixas de segurança e da conscientização dos pedestres e motoristas
quanto à obediência às regras de trânsito. Ainda, criticou decisão do
Ministério da Justiça, que concedeu ao Senhor Diógenes Carvalho de Oliveira, na
condição de anistiado político, indenização de quatrocentos mil reais, alegando
que a Lei que autoriza esses pagamentos é injusta e que esses valores seriam melhor
utilizados em investimentos sociais no País. O Vereador Luiz Braz reportou-se
ao pronunciamento hoje efetuado pelo Vereador José Ismael Heinen, em Comunicação
de Líder, endossando as palavras desse Parlamentar, de protesto à indenização
concedida pelo Ministério da Justiça ao Senhor Diógenes Carvalho de Oliveira.
Nesse sentido, chamou a atenção para alterações implantadas pelo Presidente
Luiz Inácio Lula da Silva na legislação referente aos valores das indenizações
judiciais concedidas a anistiados políticos do País. A seguir, o Vereador
Carlos Todeschini formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de
termos constantes no pronunciamento do Vereador Luiz Braz, em Comunicação de
Líder, tendo se manifestado a respeito o Vereador Luiz Braz e a Vereadora
Margarete Moraes. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 2ª Sessão, estiveram o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 028/07, discutido pelos
Vereadores João Antonio Dib e Guilherme Barbosa, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 307, 312/07, este discutido pelo Vereador Guilherme
Barbosa, e 324/07, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib, 011, 017 e
005/08, este discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Adeli Sell e Claudio
Sebenelo, os Projetos de Resolução nos 007 e 008/08, discutidos pelo
Vereador João Antonio Dib. Na ocasião, foram apregoadas as seguintes Emendas ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 058/07 (Processo nº 1800/07): de nº 02, de
autoria dos Vereadores José Ismael Heinen, Líder da Bancada do DEM, e Ervino
Besson; de nos 03 e 04, de autoria dos Vereadores Haroldo de Souza,
Líder da Bancada do PMDB, e Bernardino Vendruscolo. A seguir, constatada a
existência de quórum, foi iniciada a ORDEM
DO DIA. Em continuidade, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador
Professor Garcia, solicitando a retirada de tramitação da Subemenda nº 01,
aposta à Emenda nº 03 do Projeto de Resolução nº 063/05 (Processo nº 1076/05).
Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 018/07, por vinte e nove votos SIM, após ser encaminhado à
votação pelos Vereadores Almerindo Filho e Carlos Comassetto, em votação
nominal solicitada pelo Vereador Claudio Sebenelo, tendo votado os Vereadores
Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Raul,
Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João
Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste,
Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Nereu
D'Avila, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Professor Garcia,
Valdir Caetano e Wilton Araújo. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto
de Lei do Legislativo nº 025/06, o qual, após ser discutido pelos Vereadores
Adeli Sell, Professor Garcia e João Antonio Dib, teve sua votação adiada por
uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Adeli Sell. Na
oportunidade, o Vereador Wilton Araújo manifestou-se acerca do Parecer da
Comissão de Constituição e Justiça ao Projeto de Lei do Legislativo nº 025/06,
tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto. Após, o
Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Coronel Arlindo
Bonetti Pereira, Presidente Metropolitano do Partido da República. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 058/07, com ressalva
das Emendas apostas, por vinte e quatro votos SIM, após ser discutido pelo
Vereador Adeli Sell e encaminhado à votação pelo Vereador Bernardino Vendruscolo,
em votação nominal solicitada pelo Vereador João Antonio Dib, tendo votado os
Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Comassetto, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães,
Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz
Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Mario Fraga,
Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Professor Garcia, Sofia Cavedon e Wilton
Araújo. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 058/07, o Vereador
Marcelo Danéris cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Adeli Sell. Foi
aprovada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 058/07, por
dezesseis votos SIM e sete votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir
Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Dr.
Raul, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria
Celeste, Maria Luiza, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Sofia Cavedon e
Wilton Araújo e Não os Vereadores Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de
Souza, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Newton Braga Rosa e Professor Garcia. Foi
aprovada a Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 058/07, por
vinte e dois votos SIM e quatro ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Bernardino Vendruscolo, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell,
Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Dr. Raul, Elias
Vidal, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Maria Luiza, Mario Fraga,
Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Newton Braga Rosa, Professor Garcia,
Sofia Cavedon, Valdir Caetano e Wilton Araújo e optado pela Abstenção os
Vereadores Alceu Brasinha e Carlos Todeschini e as Vereadoras Margarete Moraes
e Maria Celeste. Foi aprovada a Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 058/07. Foi aprovada a Emenda nº 04, aposta ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 058/07, por dezesseis votos SIM e dois votos NÃO, em votação
nominal solicitada pela Vereadora Margarete Moraes, tendo votado Sim os
Vereadores Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Dr. Raul, Elói Guimarães,
Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José
Ismael Heinen, Luiz Braz, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Meneghetti,
Newton Braga Rosa, Professor Garcia e Wilton Araújo e Não o Vereador Carlos
Todeschini e a Vereadora Margarete Moraes. Às dezoito horas e dez minutos,
constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador
Haroldo de Souza, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira,
à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Claudio
Sebenelo, Carlos Todeschini e Ervino Besson e secretariados pelo Vereador Ervino
Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo
Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Passamos
à
O Sr. Edmilson
Todeschini, Presidente da Associação dos Procuradores do Município de Porto
Alegre, está com a palavra para tratar de assunto relativo ao Incremento da Lei
Orgânica da Advocacia Pública Municipal, pelo tempo regimental de 10 minutos,
que será dividido com outro orador.
O SR. EDMILSON
TODESCHINI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, Sr. Arodi de Lima Gomes, Digníssimo Presidente da Comissão de
Advocacia Pública da OAB/RS, entidade pela qual nós manifestamos publicamente a
nossa gratidão pelo apoio incondicional que está dispensando à nossa luta. A
OAB usará a outra metade do tempo na pessoa do colega Arodi de Lima Gomes, já
nominado. Colegas Procuradores, colegas Assessores Jurídicos, colegas que
integram o quadro de apoio da Procuradoria Geral do Município de Porto Alegre,
inicialmente, os cumprimentos a todos. Como o tempo é curto, não vou me
delongar em cumprimentos; vamos, imediatamente, ao assunto que trouxe a nossa
entidade a esta Tribuna juntamente com a OAB. Aqui estamos para defender o
imediato incremento de uma política valorizativa dos serviços jurídicos do
Município de Porto Alegre e de seu quadro de apoio. Não estamos aqui para
pedir, não aceitamos e não aceitaremos dádivas, estamos aqui para exigir o
justo e merecido reconhecimento do nosso grau qualitativo, do nosso empenho, da
nossa dedicação, da nossa qualidade técnica. Esse alto grau qualitativo não
está recebendo a justa e merecida contrapartida. E acerca da qualidade do nosso
trabalho técnico, nós entregamos para alguns Vereadores e vamos entregar aos
demais um relatório que elenca algumas das grandes conquistas em prol do
interesse público. Na
verdade, Srs. Vereadores, o nosso trabalho técnico tem resultado na arrecadação
de muitos milhões de reais e tem culminado na economia de muitos outros milhões
de reais. Temos um demonstrativo neste relatório. Somos, na verdade, o setor da
Administração Municipal de Porto Alegre que mais arrecada e mais contribui para
a formação de finanças e do patrimônio público. Também somos o setor que mais
economiza dinheiro em prol dos interesses maiores do Município. Graças a esse
trabalho, hoje, podemos nos orgulhar e dizer que somos reconhecidos, pelo nosso
trabalho, pela nossa dedicação, pela nossa qualidade, em todo o território
nacional. Em diversos encontros nacionais de Procuradores Municipais, a
Procuradoria que mais brilhou e a que levou maior número de premiações em suas
teses foi a de Porto Alegre. Também esse alto grau qualitativo é reiteradamente
reconhecido pelas carreiras da Magistratura, pelo Ministério Público, pelas
carreiras da Advocacia da União e pelos Procuradores do Estado. E é para isso
que estamos aqui: queremos o incremento de uma política valorizativa do nosso
trabalho, mediante uma Lei Orgânica que seja orientada pelas seguintes
diretrizes. Primeira diretriz: aumento da autonomia técnica de nossas
manifestações, fortalecendo o papel da função jurídica no controle da
legalidade dos atos, trazendo mais segurança tanto para a administração quanto
para os administrados. Segunda diretriz: definição das competências e atribuições
necessárias para adequar a estrutura jurídica às novas áreas de atuação do
Município, exemplificativamente, salientamos que, na última década, o Município
passou a ter a sua competência ampliada com a municipalização da Saúde e com o
controle do trânsito no perímetro urbano. Terceira diretriz: estabelecer
limites à intromissão de agentes externos na Advocacia Pública de carreira nas
atividades próprias do cargo de Procurador. Quarta diretriz: a constituição da
Corregedoria da PGM. Quinta diretriz: revisão remuneratória de modo que a nossa
retribuição seja tratada de forma similar às demais carreiras que exercem a
mesma atividade e similar grau de qualidade técnica e percebem até três vezes a
nossa remuneração.
Também
é lamentável, Srs. Vereadores, e tem um mapa nessa encadernação, que esse
qualificado quadro técnico, reconhecido nacionalmente, tenha a décima primeira
remuneração no ranking, perdendo, inclusive, para pequenas capitais. E é
com os referidos propósitos que nós, que integramos o corpo jurídico do
Município, desencadeamos um movimento em prol da busca de uma política
valorizativa do nosso trabalho através do incremento da Lei Orgânica da
Advocacia Municipal. Nós buscamos e contamos com o apoio da OAB e estamos
abrindo um processo de negociação com o Governo Municipal.
Por
fim, nós solicitamos o apoio dos Srs. Vereadores para a valorização da nossa
carreira e da PGM como um todo, incluindo o quadro de apoio, que muito
participa desse resultado. Passaremos a outra metade do tempo ao representante da
OAB, Dr. Arodi de Lima Gomes. Muito obrigado e até a vitória!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O
Sr. Arodi de Lima Gomes, Presidente da Comissão de Advocacia Pública da Ordem
dos Advogados do Brasil/RS, está com a palavra.
O
SR. ARODI DE LIMA GOMES: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; tive a honra de acompanhar o Presidente
Lamachia quando recepcionou V. Exª na semana passada, juntamente com o
Secretário Mallmann, em visita que foi muito bem vista pela Ordem. Trago aqui
da tribuna a saudação do Presidente Lamachia não só a V. Exª, mas também aos
dignos Vereadores e Vereadoras aqui da nossa Cidade. Ao Dr. Edmilson
Todeschini, Presidente da Associação dos Procuradores do Município, também a
nossa saudação por nos ceder esse espaço que muito nos honra; saúdo a douta
assistência, os meus colegas da Advocacia Pública, as senhoras e os senhores. A
OAB vê a utilização deste espaço, neste momento, com grande alegria - saúdo
também meu querido Ver. Elias Vidal, irmãos que somos em Cristo - e com bons
olhos, por quê? Porque é dever da Ordem zelar pelo exercício da advocacia em
todos os segmentos, e a Advocacia Pública é um segmento que está dentro da
proteção do Estatuto da OAB. Hoje estamos vivendo um período muito difícil no âmbito
da Advocacia Pública e da Defensoria Pública.
No
âmbito da Advocacia da União, todos estão acompanhando o movimento que vem
desde o dia 17 de janeiro. A Advocacia da União hoje está em pleno movimento
paredista numa greve, para que seja cumprido pelo Governo Federal um acordo
assinado - eu trouxe aqui o modelo e vou deixar com todos os Vereadores - com a
Defensoria Pública da União e também com a Advocacia Pública da União, que o
Governo Federal até agora não cumpriu. Por isso desde o dia 17, essas duas
carreiras estão com suas atividades paradas em busca de que o Governo Federal
cumpra esse acordo.
No
âmbito do Estado, V. Exas estão acompanhando que há um Projeto de
Lei similar ao que foi aprovado para a Magistratura e para o Ministério
Público, que é a concessão de subsídio condicional às carreiras de Procurador
de Estado e Defensores do Estado. Não é preciso esclarecer aqui o que ocorreu,
porque isso tudo está vivo na nossa memória, tendo em vista que há pouco tempo
se encerrou. A Defensoria Pública do Estado tem também paralisadas as suas
atividades em contraposição ao veto mantido ao seu Projeto de Lei pela
Governadora do Estado, ratificado pela Assembléia Legislativa.
No
âmbito da Advocacia Pública Municipal, V. Exas têm acompanhado o
zeloso trabalho que vem sendo desenvolvido pela Procuradoria do Município de
Porto Alegre e toda sua equipe de trabalho, incluindo também os Assessores
Jurídicos, os servidores, trabalho que tem sido um modelo para o Brasil. Posso
dizer, porque eu acompanho esse movimento, sou Procurador Federal de carreira e
acompanho o movimento da Advocacia Pública Municipal, por longa data, e sei
que, no Brasil, ela sempre está ponteando em todas as posições e todos os
trabalhos que têm sido desenvolvidos não só no âmbito do Município de Porto
Alegre, mas também sendo um modelo para todo o Brasil. E não é justo, ao
examinar o material divulgado por ela, vermos que a Procuradoria do Município
de Porto Alegre está em 11º lugar no ranking nacional na questão
remuneratória. Vossas Excelências podem examinar o material distribuído e ver
que a Procuradoria do Município de Porto Alegre, que desenvolve um trabalho de
excelência, sendo um modelo para o Brasil, está lá, na questão remuneratória,
em 11º lugar.
E
eu não vou adentrar na questão da infra-estrutura, porque V. Exas
também conhecem. Mas está em gestação, lá pelo Poder Executivo, um Projeto de
Lei que será encaminhado a esta Casa que institui a Lei Orgânica da
Procuradoria do Município. Ela está nos seus ajustes finais, e tão logo adentre
a esta Casa, gostaria de, em nome da Ordem, solicitar aos Vereadores e
Vereadoras para que dessem uma celeridade a este Projeto, a fim de que ele seja
votado no mais curto prazo possível. Por quê? Porque eles merecem, e
principalmente o Município de Porto Alegre merece. Quando se fala em advocacia
pública, se fala de carreiras, mas não podemos esquecer que essas carreiras têm
o dever constitucional de zelar pelos Poderes constituídos, e os Poderes
constituídos nada mais são do que uma parcela qualificada da própria cidadania.
Agindo em prol da Defensoria Pública, ou em prol das Procuradorias Públicas, V.
Exas estão também prestigiando a própria cidadania, que a Ordem tem
o dever de zelar. Agradeço a todos por este espaço, cumprimento os presentes, e
ratifico aqui o desejo da Ordem de cooperar com esta Casa no desenvolvimento da
própria cidadania. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo ): Nós
é que agradecemos, Dr. Arodi, e o convidamos para participar da Mesa.
O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente dos trabalhos, Ver. Claudio Sebenelo; Dr. Edmilson, Presidente da
Associação dos Procuradores; Dr. Arodi de Lima Gomes, Presidente da Comissão de
Advocacia Pública da Ordem dos Advogados do Brasil/RS; Vereadores, Vereadoras,
a nossa calorosa saudação. Trabalhei no Município durante praticamente dez
anos, e conheci de muito perto o serviço dos profissionais da advocacia, dos Procuradores
do Município, dos assessores jurídicos, dos profissionais da mais alta
qualidade e responsabilidade, senão na totalidade, na sua amplíssima maioria.
Nós temos aqui manifestações dos mais diversos Vereadores, já distribuídas pela
associação, que expressam o nosso ponto de vista, a nossa solidariedade e apoio
às questões aqui trazidas. Em especial uma que nos preocupa muito, que é quando
os Procuradores, que são profissionais técnicos de defesa da lei, pedem mais
autonomia para o seu trabalho. Tenho testemunhado que isso é um elemento que
nos últimos anos tem deixado a desejar. Portanto as reivindicações foram todas
justas, têm o nosso apoio, a nossa solidariedade, e devemos, em nome da nossa
Bancada e da nossa Líder, Verª Margarete, Ver. Adeli, Ver. Guilherme, Verª
Sofia e demais Vereadores presentes, fazer uma manifestação de continuidade
desse diálogo, porque essas são questões de interesse de toda a Cidade.
Obrigado, Presidente. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
Acredito
que todos os segmentos pleiteiam, com justiça, nas suas reivindicações,
melhores condições de trabalho. Não poderia ser diferente com a Associação dos
Procuradores, porque toda classe, toda instituição, todo órgão, todo segmento
que tem o devido respeito e reconhecimento... e reconhecimento não ocorre só
com um tapinha nas costas; reconhecimento se dá com condições de executar as
suas tarefas, condições de viver uma vida descente através de um reconhecimento pelo serviço
prestado, de um salário digno. Não poderia ser diferente também com os
Procuradores, que, na visão deste Vereador, prestam um grande trabalho para o
Município. Não sou advogado, sou teólogo, mas me envolvo muito com a área
social e entendo o mínimo suficiente para saber que os senhores prestam um
grande serviço nas causas defendidas, inclusive de ordem financeira, em favor
do próprio Município. Então, em nome da nossa Bancada, o PPS, quero externar
nossa alegria em vê-los aqui e dizer que vamos nos somar a essa luta, para que
os senhores possam alcançar aquilo que almejaram quando aqui chegaram. Nosso
abraço a todos os senhores, à família dos Procuradores e o nosso muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Dr. Edmilson Todeschini, Presidente da
Associação de Procuradores do Município de Porto Alegre; Sr. Arodi de Lima
Gomes, Presidente da Comissão de Advocacia Pública da OAB/RS. Sempre digo, com
orgulho, que sou servidor público municipal por vocação, formação e convicção.
Portanto, tenho profundo respeito pela Procuradoria-Geral do Município. Só que,
algumas vezes, não entendo a Procuradoria, como por exemplo, quando a
Procuradoria quis me mostrar a simetria entre o Presidente do Supremo Tribunal,
o Presidente do Tribunal de Justiça e o Procurador Municipal. Claro que eu não
entenderia. Mas agora eu recebo aqui, das mãos dos Procuradores, um belo
material para ser analisado por todos nós, e vejo aqui: “PGM, a casa de
passagem”. Um belo artigo. Vou ler as duas frases que foram destacadas: “Espero
que a nova Administração promova a valorização do servidor de carreira,
investindo em sua qualificação e na melhoria das condições de trabalho”. Essa é
uma. Segunda: “Se, efetivamente, o novo Prefeito for mudar o que está mal,
então começará valorizando os seus servidores, dotando as Secretarias com
recursos materiais e humanos mínimos e retomando a bimestralidade; afinal,
Porto Alegre votou na mudança”. Portanto, está falando para todas as
Secretarias, todos os municipários, como eu sou um municipário. Mas aí eu leio o art. 34 da Lei
Orgânica e gostaria, no alto da minha ignorância jurídica, que os Procuradores
me esclarecessem, porque ele textualmente diz o seguinte (Lê.): “Fixada a
isonomia de vencimentos, será vedado conceder aumento ou reajuste de
vencimentos ou realizar reclassificações que privilegiam categorias funcionais
em preterição de outras, devendo as correções ou ajustes, sempre que necessários,
em razão das condições da execução do trabalho, ser feitos quando da revisão
geral do sistema”. E completaria dizendo que eu tenho, ainda, algumas
restrições mentais, porque eu não tenho conhecimento jurídico, mas sei que foi
quebrada do art. 31 da Lei Orgânica, aquele padrão referencial básico que
vinculava todos os padrões de vencimentos quando, alguns anos atrás, a
Procuradoria foi beneficiada com recuperação salarial, e os demais servidores
não. Então o que nós precisamos na Prefeitura, realmente, é um novo plano
classificado de cargos, e aí espero que, nesse plano classificado de cargos, a
Procuradoria obtenha o lugar que merece. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): A
Verª Maria Luiza está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. MARIA LUIZA: Ao
cumprimentar o Presidente dos trabalhos, Ver. Claudio Sebenelo, cumprimento
todos os servidores da Procuradoria-Geral do Município; o representante da OAB.
Quero dizer que a Bancada do PDT está atenda às reivindicações trazidas a esta
Casa e ao Projeto de Lei que vai tramitar aqui. Nós temos consciência da
qualidade da prestação de serviço dos servidores do Município de Porto Alegre
na área jurídica e estaremos atentos a todas as reivindicações aqui trazidas.
Obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo):
Obrigado, Verª Maria Luíza. Estão suspensos os trabalhos para as
despedidas e agradecemos pela presença de todos.
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo – às 14h43min:) Estão reabertos os trabalhos.
Passamos
ao
O
Sr. Carlos Todeschini está com a palavra em Grande Expediente.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
público presente, em especial os Procuradores do nosso Município, essa
qualificada e seleta equipe de profissionais cujo trabalho nós testemunhamos
durante muitos anos de atividade na Prefeitura; quero dizer que o corpo técnico
da Procuradoria da Prefeitura de Porto Alegre é composto por profissionais de
invejável qualidade. Não sei se outros Municípios têm o conjunto de
profissionais que nós, felizmente, temos aqui nessa Procuradoria e, felizmente,
a cidade de Porto Alegre os tem. Portanto, novamente reforçamos a idéia, em
nome da minha Bancada, da justa reivindicação, porque o investimento que é
feito no trabalho, na carreira, no profissionalismo daqueles que têm o dever de
zelar pela boa conduta, pela legalidade e pelo andamento dentro das normas
públicas, do cuidado com os recursos da Cidade, faz com que esse retorno seja
grande para todos os contribuintes e todos os cidadãos de Porto Alegre.
Portanto, recebam, sinceramente, a nossa homenagem, o nosso carinho e o nosso
apoio.
Porém,
quero resgatar, aqui, uma idéia com a qual nós temos nos debatido
intensivamente. Todos os Projetos de Lei que aqui chegam, invariavelmente,
praticamente todos que vieram do Poder Executivo, vieram errados, mal-escritos,
com conteúdo torto e tiveram que voltar para cá para serem votados. Há Projetos
que chegaram a retornar cinco vezes, porque vieram com erros de conteúdo, erros
de forma e com erros de projeto.
E
por que isso? Porque, certamente, esse elemento, que está aqui denunciado, de
que os senhores e as senhoras, como profissionais, como categoria, pedem mais
autonomia, é porque alguém está querendo substituí-los, e substituí-los de
forma forçada. Aliás, eu estou, aqui, com várias coisas.
Hoje,
pela manhã, fiz uma visita ao Tribunal de Contas pedindo providências. Eu não
aceito que tenha uma licitação no Município de Porto Alegre para contratar
serviços por R$ 2.020.920,00 (dois milhões, vinte mil, novecentos e vinte
reais), com dispensa de licitação, com emergencialidade, para fazer serviços de
rotina. Já fui ao Ministério Público, já fui ao Tribunal de Contas, fiz Pedidos
de Informações, e, até hoje, o Prefeito não respondeu.
Sei
que isso não é de responsabilidade dos senhores e das senhoras, porque vocês
são muito zelosos e cuidadosos pelo bom andamento da legalidade, do respeito à
lei, à Constituição e às normas que regem a conduta, e, em especial, neste
caso, à contratação de empreitadas públicas no Município de Porto Alegre. Isso
nos preocupa demais, Ver. Adeli, e nós estamos aqui quase impotentes, porque
não temos o respeito do Poder Executivo, porque não nos responde os Pedidos de
Informações, impedindo a nossa fiscalização. Estive no Ministério Público, na
Vara da Fazenda Pública, e, em igual teor, ouvi a manifestação dos Promotores
Públicos que cuidam da área, dizendo que não conseguem retorno, que não
conseguem respostas da Prefeitura. Então, estamos diante de questões pouco
rotineiras e não comuns à tradição, à melhor tradição, Ver. João Dib, da
Administração Pública de Porto Alegre. Mas, enfim, está em mãos de quem deve
estar, agora, a matéria, e os devidos cuidados e iniciativas serão tomados por
essas pessoas que são autoridades para o caso.
Quero
aqui, também, neste espaço de Grande Expediente, fazer um registro que julgo
não ser de menor importância e que não pode passar despercebido. Na última
quinta-feira, oito dias passados - a Verª Sofia esteve junto comigo -, houve a
posse no novo Conselho Municipal da Saúde do Município de Porto Alegre, e, lá,
nós encontramos as lideranças, os coordenadores dos Conselhos Distritais de
Saúde, representações das entidades de Saúde, os da rotina permanente, e nós
encontramos a Delegada Regional de Saúde do Ministério da Saúde; lá, nós
encontramos o representante do Governo do Estado. Agora, sabem quem nós não
encontramos lá, o único que não se fez presente na posse do Conselho Municipal
de Saúde? O Município de Porto Alegre! Não havia nenhum representante do
Prefeito, muito menos o Prefeito! Não havia um representante do Secretário
Municipal de Saúde e muito menos o Secretário! É possível aceitar isso de um
Governo que diz que valoriza a participação, que faz uma imitação de uma
Conferência Mundial das Cidades, propalando que valoriza o povo, a
participação, o Orçamento Participativo, enquanto, na prática, desprestigia,
esvazia, menospreza e desmoraliza estas entidades?
É
verdade, durante o ano passado, as últimas três prestações de contas não foram
aprovadas pelo Conselho, e isso não é fortuito; é devido ao que a Cidade perdeu
em termos de Saúde com este último Governo, o Governo Fogaça.
Agora,
vejam só - já lhe concedo o aparte, nobre Ver. Oliboni -, o Conselho, que é
autoridade máxima de Saúde no Município, no dia da sua posse não tem a
participação do Município, que é o subordinado executivo imediato do Conselho,
de nenhum funcionário e muito menos do seu Secretário.
Mas
poderíamos pensar: a Saúde está tão bem que não precisa. Mas, ao contrário,
Verª Margarete, nós estivemos na Vila Santa Rosa, há poucos dias; a comunidade
de lá tem um Posto de Saúde que atende 15 mil pessoas, aproximadamente - Nova
Gleba, Guapuruvu e entorno -, e eles pediam mais um Clínico Geral, Ver.
Oliboni; havia dois, e a medida do Governo foi retirar um, portanto, restou um
Clínico Geral apenas. E assim vai... cada vez mais desprestígio e desrespeito
aos Fóruns de Controle Social, porque o Conselho Municipal de Saúde é o
verdadeiro controle social efetivamente exercido pela comunidade de Porto
Alegre. E tem o quê? O menosprezo e o desrespeito, mais uma vez, do Município
de Porto Alegre e de suas autoridades competentes.
Há um ano, precisamente no dia 25 de maio, o Dr. Presser, Diretor-Geral do DMAE, baixou uma ordem aqui à base do Governo,
que é ampla maioria nesta Casa, para que o Projeto não fosse votado, porque
viria um projeto do DMAE de igual teor; o que já é condenável porque o Prefeito
Fogaça disse que o Vereador ia ser valorizado, que o Legislativo ia ter
respeito e prestígio. Isso não valoriza e não respeita. Aliás, isso não ocorre
só conosco; a Verª Neuza já teve por duas vezes os projetos negados, e depois o
Executivo enviou Projeto de igual teor, Verª Maria Luiza, para cá, só para
tirar a autoria, só para tirar a iniciativa da Vereadora. Projetos legais e
constitucionais, com toda legitimidade. Enquanto o Governo fica procrastinando
ou fazendo esse jogo, prejudicada fica a sociedade de Porto Alegre, que paga
água injustamente, que tem problemas, que gostaria de poder ajudar a cuidar
melhor desse recurso que é fundamental para o futuro da humanidade. E não pára
por aí, Ver. Nilo; veja só: o DMAE, no ano passado - e o Ver. João Dib que é um
atento acompanhador do Orçamento deve ter essa informação em suas planilhas –
tinha o planejamento de arrecadar 340 milhões de reais. Busquei os
dados, consolidados agora, e o arrecadado foi 293 milhões e meio; ou seja, o
DMAE deixou de arrecadar 46 milhões e meio. Há problemas muito sérios, Ver.
João Dib, na área comercial do DMAE; eu acho que as pessoas perderam o norte ou
perderam a condição gerencial. No meu tempo, pelo menos, e no tempo dos demais
Diretores, a gente tinha a possibilidade de uma projeção muito precisa entre
aquilo que era enviado para a Câmara, a previsão de arrecadação, e aquilo que
verdadeiramente era arrecadado. Agora, os mesmos que não permitem que se faça a
medição individual de água, para melhorar a arrecadação, são aqueles que negam
os projetos, são aqueles que produzem rombo no Orçamento. A Cidade tem que
saber disso. Porque, agora, o DMAE decretou um aumento de 8% nas contas de
água, enquanto que a inflação, pelo IPCA...
(Aparte anti-regimental do Ver. Haroldo de Souza.)
O SR. CARLOS TODESCHINI: Por favor,
Presidente Sebenelo, me garanta o tempo.
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Está
assegurado o seu tempo, Vereador. Terminado o seu tempo, mais um minuto.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado, Ver.
Claudio Sebenelo. São coisas da vida, infelizmente.
Eu quero falar aqui que, em função desta perda de
arrecadação, Porto Alegre vai ter que pagar 8% de aumento nas contas de água,
enquanto que a inflação, pelo IPCA, deu 4,5% ou menos. É pelo descontrole
comercial; e essa conta já está recaindo sobre todos.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Todeschini, na
realidade, isso aconteceu e eu fiquei preocupado que tivesse ocorrido. Então,
eu fui verificar o que aconteceu, porque as contas do DMAE foram reajustadas
pelo IGPM. Mantém-se a Lei que determina que seja reajustado pelo IGPM. E, no
ano passado, foram reajustados apenas em 1,5%, usaram o IGPM.
O
SR. CARLOS TODESCHINI:
Pois é, Ver. João Antonio Dib, veja só: nós votamos uma Lei, aqui, que
estabelece que as tarifas públicas e os salários seriam todos corrigidos pelo
IPCA, inclusive os do DMAE. Isso foi votado por esta Casa.
O
Sr. João Antonio Dib:
Não entrava o DMAE! Aliás, o DMAE não estava. E eu fui verificar; tenho todos
os documentos aqui na minha gaveta, posso mostrar para Vossa Excelência.
O
SR. CARLOS TODESCHINI:
Bem, mas o preço deve ser um preço calculado, que pode ser um realinhamento
para cima ou para baixo. Poderia ser para cima, se tivesse justificativa,
plausível; mas a única justificativa é esse déficit de arrecadação por
problemas gerenciais.
Vejam
só: nós tivemos uma diminuição do dólar, que influencia muito o IGPM;
diminuição do custo dos insumos, portanto, diminuição da preço do petróleo, que
é altamente influente na composição do preço da água, e a retirada da
bimestralidade. Então, como eu posso ter um aumento que extrapole todos os
indicadores? Algo está muito mal. E a Cidade já está pagando a conta desse
desmando, desse problema gerencial.
Para
concluir, aguardamos com grande expectativa o dia de amanhã, porque será
revelada a lista dos implicados na fraude do Detran. Esse assunto não é um
assunto menor, é um assunto que a sociedade gaúcha merece que seja passado a
limpo, porque muitos foram lesados por isso. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo):
Muito obrigado, Ver. Carlos Todeschini. Eu pediria ao Ver. Ervino Besson que me
substituísse na presidência, porque vou fazer um pronunciamento.
(O
Ver. Ervino Besson assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. CLAUDIO SEBENELO:
Ver. Ervino Besson, presidindo os trabalhados; Srs. Vereadores; eu gostaria de
fazer um contraponto em relação ao que disse um Vereador que eu admiro muito
pela sua postura e pela sua batalha, que é o Ver. Todeschini. Ver. Todeschini,
o meu Gabinete não recebeu nenhuma comunicação a respeito do Conselho de Saúde
do Município. Se eu soubesse, eu teria ido, teria tido o prazer de comparecer
e confraternizar com o Conselho, cujo relacionamento com esta Casa nunca
foi um comportamento pacífico.
Por outro lado, as questões criticadas dentro
destes 15 minutos muitas vezes parecem uma metralhadora giratória, porque
vários assuntos são tratados.
Eu acho que criticar o Congresso das Cidades,
elogiado por todas as Lideranças do seu Partido, está se tornando uma coisa
quase que pessoal, porque V. Exª - que é um Vereador que a gente reconhece ser
aguerrido -, na semana passada, havia solicitado para retirar o termo
“estelionato” em relação ao Prefeito Fogaça - que é um homem de bem, um cidadão
correto -, e V. Exª piorou a questão dizendo que o estelionato era político;
que é muito pior do que o estelionato cível, que o estelionato penal.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite
um aparte?
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Já
ouço V. Exª, com muito prazer, mas quero lhe dizer que uma das coisas de maior
sucesso que ocorreu na Administração Fogaça foi esse Congresso das Cidades,
esse encontro do qual o seu Partido participou de uma forma competente e
inteligente. Porque nós, todos os Vereadores, a unanimidade, somos os primeiros
a elogiar o Fórum Mundial, e esperávamos a mesma coisa do Partido dos
Trabalhadores no que se refere ao Congresso das Cidades - que não foi uma
imitação, que foi uma iniciativa da melhor qualidade, e que, principalmente,
projetou a cidade de Porto Alegre, que merece, tanto quanto Grêmio e
Internacional, ser projetado no Exterior. Isso é um motivo de satisfação, de
alegria, mas, às vezes, tem uma parte do nosso organismo que reage muito forte
ao sucesso dos outros: é o cotovelo. E o cotovelo, diz a fábula de Esopo, fazia
a raposa dizer que as uvas estavam verdes, e muitas vezes dizia que estavam tão
verdes que nem os cães poderiam tragar; mas, na verdade, não estavam verdes,
estavam maduras, bonitas, florescentes. E se alguma coisa temos a elogiar
de bem - e há muitas - na Administração Fogaça, vejam, por exemplo, a questão
do Conduto Forçado Álvaro Chaves; a questão do DMAE, que tomou à frente e já
começou as obras de saneamento da Cidade, como as obras do complexo
Socioambiental, que vai resgatar um percentual importantíssimo para a Cidade.
E, para fins de associação, quero-lhe dizer que
todos os compêndios de sociologia política falam muito da idéia nacional de um
partido. Quer dizer, quando um partido se caracteriza - pela questão ideológica,
pela idade de seus componentes mais velhos, pelo seu tempo de vida -, é pelo
seu caráter nacional. E eu quero-lhe dizer que uma das belas coisas que o
Partidos dos Trabalhadores fez na cidade de Porto Alegre foi o Orçamento
Participativo, sim. Mas, no entanto, não é uma questão partidária nacional
dentro da sociologia política. Eu nunca ouvi do Presidente Lula da Silva uma
referência ao Orçamento Participativo. Digam-me as cidades do Brasil, do
Partido dos Trabalhadores, que adotaram o Orçamento Participativo, a não ser as
do Rio Grande do Sul. Por quê? Porque essa idéia não é do Partido, nacional,
apesar de a idéia ser excelente, ela é, inclusive, rejeitada, hoje, por cidades
governadas pelo Partido dos Trabalhadores, como Pelotas. O que eu quero dizer a
todos é que as questões têm um limite e esse limite deve ser observado pelos
Vereadores, porque o Partido dos Trabalhadores não foi tão ruim - foi
excelente, passou 16 anos tentando melhorar Porto Alegre, sim -, e digo isso
com toda a honestidade. Mas se houver um substituto antagônico, do ponto de
vista ideológico ou não-compatível com a ideologia do Partido dos
Trabalhadores, não quer dizer que, por isso, ele seja ruim. Não, ele está
fazendo um trabalho muito bom na Cidade, e não é por acaso que estamos vendo
uma certa voracidade da Bancada do Partido dos Trabalhadores, não por uma
característica individual, não! Esse aguerrimento que está ocorrendo aqui tem
um outro fator, que é, por exemplo, a publicação de dados estatísticos a
respeito da probabilidade de eleição e de reeleição, já que o Fogaça é
candidato à reeleição. Então, quando começam com 29% de probabilidades, e o
candidato do Partido dos Trabalhadores com 17% - 12 pontos de diferença -,
evidentemente que vão crescer as críticas, e qualquer coisa que se faça na
cidade de Porto Alegre será ruim, malfeita.
E se não se encontrar só coisas ruins, quem sabe,
com um olho um pouquinho melhor e, também, em cima das virtudes do Partido dos
Trabalhadores e não só dos defeitos dos outros, faça-se esta campanha. Com todo
o prazer, ouço o Ver. Carlos Todeschini.
O Sr. Carlos Todeschini: Obrigado, Ver.
Claudio Sebenelo, cumprimento V. Exª pelo pronunciamento. Só para contribuir
com a sua manifestação, para a posse do Conselho Municipal de Saúde eu também
não recebi convite formal, eu fui porque eu soube, ordinariamente, pois numa
quinta-feira do mês há reunião, na outra, não há; então, eu sabia que nesta
teria a posse.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Eu me sentiria
honrado se recebesse o convite.
O Sr. Carlos Todeschini: O que nós
lamentamos e que contradita com a importância que foi a Conferência é a não
valorização dos fóruns e da participação por parte do Governo. O que acontece,
ordinariamente, nas reuniões, não só nas do Conselho de Saúde, mas nas reuniões
comunitárias? Vai um representante do Governo, que não sabe nada, que não está
informado, que não decide nada, e volta sem resolver absolutamente nada. Então,
isso vai cansando, vai afastando, vai desmotivando e acabando com os fóruns. Eu
estou me referindo à crítica em relação à atitude que se tem em relação a isso.
O fato de o Prefeito ou de o Secretário não estarem na posse do Conselho
Municipal de Saúde, que é o verdadeiro controle social exercido pela
comunidade, legitimamente, é um elemento que não corrobora com a grandiosidade
que foi a Conferência Mundial das Cidades. É a isso que eu me refiro, Ver.
Claudio Sebenelo. V. Exª, que preza, eu tenho certeza, também esses elementos, quero me somar
num esforço para que os instrumentos, os fóruns públicos, a participação sejam
valorizados. Isso significa empoderar o movimento popular e a sociedade, isso
nós temos que concordar, não está acontecendo, Ver. Sebenelo.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Muito
obrigado, V. Exª contribuiu com a sua crítica de uma forma muito elegante. O
que para uns é muito difícil é chegar, por exemplo, ao Conselho, como fiscais
que somos do Conselho, e, simplesmente, sermos rejeitados, por exemplo, e
sermos agredidos pelo Presidente do Conselho, quando nós o recebíamos nesta
Casa com a maior fidalguia. Eu estava sentado á Mesa, quando um dos Presidentes
do Conselho, de outra Legislatura, simplesmente começou a ofender os Vereadores
da Casa; cria-se um ambiente hostil. Não fomos convidados; certamente o
Secretário não sabia, porque não foi convidado, nem avisado, pois iria com todo
o prazer. Eu acho que este é um evento ao qual temos que comparecer,
oficialmente. Mas as relações não têm sido boas por uma questão de arrogância.
E eu acho que, diminuindo as arrogâncias bilaterais, nós, talvez, possamos
conviver muito bem. E quero dizer que esta Casa tem procurado o Conselho de
Saúde, através da sua Presidenta, Neuza Canabarro, e somos testemunhas de que
V. Exª recebe o Conselho aqui, sempre, com a maior fidalguia. E agora,
anteontem, aqui no Plenário Glênio Peres, o Conselho se manifestou publicamente
com todo o apoio e todo o apreço que ele tem da sociedade. No entanto, não sei
por que, para os Vereadores da Casa, os Conselhos não têm essa bonomia, essa
fidalguia, e mais do que isso, muitas vezes, de reuniões de Conselhos, este
Vereador foi convidado a se retirar porque era político. Quando não só temos o
direito de assistir às reuniões do Conselho, como temos que ter muita
paciência, porque cansei de ir às reuniões do Conselho de Saúde e ficar por quase
duas horas ouvindo a leitura da Ata da Reunião anterior. Não é fácil a coisa, e
queremos exatamente a maior proximidade com os Conselhos, não distância. E esta
Casa tem proporcionado isso com a melhor das fidalguias.
O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Gostaria de aproveitar o momento para
cumprimentar a nova Direção do Conselho Municipal de Saúde, e dizer que eu
espero que haja uma despartidarização do Conselho, porque Porto Alegre não
merece um Conselho Municipal partidarizado. Precisamos lutar, juntos, por uma
ação mais completa, mais ampla na Saúde da Cidade. Eu fiquei muitos anos no
Conselho, sei bem como ele foi formado; participei muito daquele órgão, mas
acho que é um trabalho excelente que se faz lá, que peca pelo excesso de
partidarização. Sou do tempo em que o Presidente do Conselho era o próprio
Secretário Municipal da Saúde, o que era totalmente inaceitável.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Muito obrigado pelo seu aparte. Apenas para dizer à
Bancada do Partido dos Trabalhadores que, quando criticar o Prefeito Fogaça - e
o critiquem, por favor, pois a crítica é construtiva e muito bem aceita -,
queria dizer a esses grandes críticos e corregedores do Executivo que, num
outro dia, esteve aqui, fazendo uma palestra inesquecível, o Senador Cristovam
Buarque, que disse que 82% das escolas públicas, no Brasil, formam analfabetos
funcionais. Ou seja, não são suficientes, ensinam apenas a ler e a escrever,
mas, jamais, a pensar. Isto é, as escolas não permitem que essas crianças interpretem
o texto, a leitura, ou saibam escrever. Não, só escrevem o nome; 82% das
escolas públicas estão despreparadas para o Ensino por insuficiência do Governo
Federal. Então, todos os governos são criticados. Quem disse isso foi um
Senador que já foi do Partido dos Trabalhadores e que hoje é do PDT e tem toda
a autoridade, como Reitor da Universidade de Brasília, a fazer essa crítica.
Agradeço pela atenção de todos.
(Não
revisado pelo orador)
O SR. PRESIDENTE
(Ervino Besson): Convido
o Ver. Claudio Sebenelo a reassumir a Presidência dos Trabalhos.
(O Ver. Claudio Sebenelo reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Passamos às
O
Ver.Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ADELI SELL: Sr. Presidente,
Ver. Claudio Sebenelo; colegas Vereadoras e colegas Vereadores, senhoras e
senhores, eu tenho tratado aqui, ultimamente, de um tema e sou obrigado, Ver.
Guilherme Barbosa - V. Exª, que é Presidente da Comissão de Defesa do
Consumidor - a voltar a tratar desse mesmo tema mais uma vez: é o serviço de
telefonia fixa e móvel nesta Cidade, neste Estado e neste País. Nós não podemos
aceitar que o cidadão porto-alegrense, o cidadão brasileiro seja explorado,
seja maltratado, seja roubado, porque, mesmo que as pessoas não contratem
determinados serviços, eles aparecem nas contas telefônicas, seja na telefonia
fixa, seja na telefonia móvel.
No
ano passado, quando eu fiz o Relatório da Comissão Especial, nós nominamos os
problemas de todas as companhias: Vivo, BrasilTelecom, Tim, Claro e as fixas
também. Não tem diferença! Não tem santo nessa história! É um caso de polícia,
Verª Maria Luíza; é um caso de polícia!
Eu
sei de um caso, ontem, em que não houve pancadaria dentro da BrasilTelecom por
pouco; nesta semana, também ouvi sobre um outro caso com a Vivo. Eles precisam,
como eu relatei ontem aqui, de três meses para resolver o problema desse
telefone de quinta categoria que nos colocaram aqui. Mas, pior do que isso: eu
recebi um dossiê ontem, na minha mesa, de um cidadão, que mostra as
barbaridades cometidas. Ele tem serviços na sua conta que ele nunca pediu, ele
tem uma conta de um telefone que não é dele, que ele nunca pediu! Uma pessoa me
mostrou, no sábado, na Restinga - pessoas da Restinga, da periferia -, contas
babilônicas com números de telefone para os quais essa pessoa nunca ligou. Como
é que isso acontece? Nós começamos a ver, sistematicamente, nas contas
telefônicas, coisas não contratadas. E é assim também com as TVs a cabo, é uma
vergonha o que está acontecendo!
Esteve
aqui, nesta Casa - o Ver. Guilherme Barbosa sabe -, um Promotor Público,
dizendo que as empresas estão desrespeitando, Ver. Haroldo de Souza, decisões
judiciais. Onde nós estamos, Vereador?
O
Sr. Haroldo de Souza: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero cumprimentá-lo por, mais
uma vez, pegar firme nesse aspecto, a respeito de nossas telefonias, dessas
cobranças indesejáveis que chegam quase todos os dias em nossas residências.
Isso é profundamente lamentável! E, nessa reunião que tivemos recentemente com
a Vivo, entreguei um problema particular a eles, naquele dia, e eles, até
agora, não receberam a pessoa envolvida. É aquela história: “Nós vamos fazer
isso, vamos fazer aquilo”, e acabam não fazendo nada! Só falta cobrarem uma
tarifa de consulta para ver se eles podem resolver o meu problema.
O
SR. ADELI SELL: E, sobre
as tarifas de consulta, sei de um caso em que a pessoa passou uma hora e meia
ligando para aquele número quarenta e alguma coisa, e foi cobrada em uma hora e
meia e a pessoa estourou seu limite! Agora vão ter que usar o 0800, pelo qual
eles são responsáveis! Mas essa pessoa que gastou esse dinheiro, como é que
fica? Como nós vamos ficar com isso? Esta Cidade, esta Câmara de Vereadores tem
que fazer um movimento!
No
sábado, no Dia Mundial do Consumidor, eu vou para a frente das telefônicas,
estou com meu panfleto pronto; eu vou fazer isso. Num primeiro momento, com
panfleto, explicando para quem passar na frente, seja que de que empresa for!
Seja de que empresa for; não quero saber! Depois, vou fazer faixas e vou ficar
o dia inteiro na frente dessas empresas, mostrando que ali tem um caso de
polícia, que não é mais problema de defesa do consumidor! O Promotor disse,
Ver. Nereu - V. Exª que milita na advocacia, que tem profundo conhecimento, V.
Exª já viu uma empresa desobedecer uma ordem judicial? Mesmo que nós fiquemos
bravos, mesmo que achemos injusto que o Macalão volte para a Assembléia, o que
é um absurdo, mas é uma decisão judicial! Então, temos que fazer certos
debates. Enquanto acontecem essas barbaridades no Município, há setores da
imprensa que captam um Projeto da gente e ficam fazendo firula, porque não
gostam, porque acham que é frágil, não sei o que mais.
Vamos
discutir as coisas sérias, profundas, que mexem com o povo trabalhador, que é
explorado pelas empresas de telefonia. Nós não vamos mais aceitar esse tipo de
coisa, vamos para as ruas, vamos fazer um processo como já se fez, que
aprendemos com a Revolução Francesa, de desobediência civil, de desobediência
cidadã, não pagando essas contas! Vamos fazer esse enfrentamento, vamos para a
frente do Ministério Público, da Delegacia do Consumidor, do Procon! Agora
temos um Procon municipal, e eu quero ouvir a voz do Secretário Cecchim, e do
Omar Ferri Junior, Diretor do Procon! Eu quero ouvir a voz daqueles que não
concordam com essa barbaridade, porque as pessoas são humilhadas, são
castigadas num telefone! Não bastasse isso, lá dentro dessas empresas, que
agora são obrigadas a ter os seus escritórios em cidades acima de cem mil
habitantes, também está acontecendo a mesma coisa. Então, Ver. Sebenelo, eu
estou aqui para bradar, para chamar a população de Porto Alegre a se rebelar
contra as empresas de telefonia!
O
Sr. Nilo Santos: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, eu o parabenizo pelo
pronunciamento, e quero dizer que eu estou há quatro meses, tentando cancelar
minha linha de banda larga BrasilTelecom, e, até hoje, não ocorreu o
cancelamento. Ainda estou pagando por ser um cidadão honesto, mas, a partir de
agora, não pagarei mais.
O
SR. ADELI SELL: Nós
vamos fazer campanha contra essa BrasilTelecom! Tem que fazer campanha contra a
Vivo, a Tim, a Claro, a GVT, seja lá o que for! Nós vamos começar a manchar,
sim, porque eles estão enlameando os nomes dessas empresas; eles são os
responsáveis, não valem nada, é caso de polícia! Eu me rebelo, e o povo não
pode aceitar! Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado,
Ver. Adeli Sell.
O
Ver. Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações, por cedência de
tempo do Ver. Alceu Brasinha.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, desde ontem que a população do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre em especial, toma conhecimento da decisão judicial que reintegra o
funcionário da Assembléia de nome Macalão; o reintegra às atividades na
Assembléia Legislativa. Sr. Presidente, Srs. Vereadores, esta notícia de grande
impacto na opinião pública, coloca todos, a Justiça, o principal envolvido - o
Macalão -, a Assembléia Legislativa, em situações extremamente difíceis. Muitas
pessoas me perguntaram, e eu disse: Olha, é preciso que se examine a questão
sob basicamente um enfoque. A questão da Lei, a questão da aplicação da Lei, a
questão das formalidades, há um princípio que domina o Direito, que domina, por
assim dizer, os procedimentos judiciais, que é a questão da legalidade e da
formalidade. O Direito romano é, por assim dizer, o alicerce do Direito latino,
forma dat esse rei, a forma dá existência à coisa. E quando essa
forma, essas formalidades, quando essa liturgia não é aplicada, faz com que o
Juiz, que é o aplicador da lei, tome a decisão na forma da lei. Isso é uma
avaliação que eu faço, no sentido de se dar respostas à pressão social, à
mídia, enfim, ao clamor público. A Assembléia Legislativa, através dos seus
instrumentos de inspeção, através do processo, através da apuração, tem
atropelado questões fundamentais, como o Direito esculpido na Constituição, o
direito de defesa. Em função disso, talvez, numa análise preliminar, o Juiz,
diante da quebra das regularidades, mandou reintegrar o funcionário Macalão.
O
Sr. Nereu D’Avila: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Elói, V. Exª, jurista que
é, está analisando de forma percuciente a questão legal e formal. Muito bem.
Mas, Vereador, nós vivemos novos tempos, vivemos novos costumes. Então, eu acho
que a volta triunfal do Sr. Macalão à Assembléia, hoje, é um escárnio público,
porque há um clamor público, hoje... Então, em relação às formalidades, tudo
bem, mas nós temos que ter muito cuidado entre o principal e o acessório. Hoje,
eu me lembrei do César romano - já que V. Exª invoca o latim - que dizia: veni,
vidi, vici. O Macalão hoje entrou na Assembléia e disse: “Vim, vi e venci.”
Quer dizer, vamos convir, Vereador, que... Mas creio que o recurso, no
Tribunal, não deixará a opinião pública mal.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sou
grato a Vossa Excelência. Eu examinei esse enfoque do ponto de vista judicial,
do Juiz, da Justiça, mas o enfoque é o clamor público. O homem do povo, a
população, as pessoas e nós mesmos não entendemos que alguém usurpe o dinheiro
público, aproprie-se do dinheiro público e não sofra as penalidades da lei.
Hoje há uma frustração na expectativa da população. O noticiário todo provocou
um impacto violento nas pessoas, que se perguntavam: “ Que justiça é essa ou
que situação é essa?” Nós temos que, embora o clamor público seja no sentido de
que isto não poderia ter ocorrido, observar as formalidades, para que não
ocorram situações como esta: de quebrar a expectativa de que finalmente o
comprometimento, enfim, a corrupção seja efetivamente punida. Fica aqui a nossa
manifestação para dizer que a frustração é geral. Há um descrédito que se
aprofunda em nosso País por razões tantas e tantas que poderíamos analisar, que
deixam a sociedade e a população não confiando nas suas instituições e naqueles
que têm o papel de legislar, de julgar - e são eles o Ministério Público, a Justiça, o
Legislativo. Então fica aqui a nossa manifestação, para registrar o impacto
negativo que se fez, na opinião pública, a decisão - embora no campo preliminar
- do Juiz, que manda reenquadrar, ou seja, que faz com que o Macalão retome as
suas atividades normais na Assembléia Legislativa. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Ver. Elói Guimarães.
A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
quero trazer aqui a esta Casa o apelo de uma comunidade que pede socorro, Ver.
João Antonio Dib. Ontem, nós estávamos reunidos, com mais de 200 jovens, numa
das escolas municipais do bairro Lomba do Pinheiro - um bairro que tem aproximadamente
80 mil pessoas -, e, lá, junto com as direções das escolas, nós organizamos um
trabalho para participar da Conferência Municipal da Juventude, no sábado, que
está sendo organizada pela Prefeitura, juntamente com o Governo Federal. Mas
nós já fomos informados de que, infelizmente, não haverá mais os ônibus que
estavam sendo contemplados para podermos movimentar os nossos jovens e
contribuir nas políticas públicas da nossa Cidade. Mas eu não quero falar
especificamente disso, Ver. Sebenelo. A nossa comunidade vive um momento como
vivia há alguns anos, quando a nossa periferia era vista à margem da sociedade,
não fazia parte da urbanidade e era vista como uma comunidade marginal,
perigosa, sem nenhuma organização. Pois eu quero dizer que aqueles jovens
também estavam lá discutindo - e aqui está o Marcos, que é da UJS e estava lá
conosco também - as políticas públicas, inclusive a questão da Segurança.
Naquele momento, fomos chamados para ir até a Parada 16, pois lá estava sendo feita uma nova
manifestação com todos os táxis-lotação, parando a Rua João de Oliveira Remião,
porque mais um motorista havia sido assaltado e havia levado dois tiros. E a
comunidade ficou desesperada; uma comunidade que é séria, organizada. E lá é
como qualquer outro lugar: infelizmente, na nossa comunidade, nós também temos
bandidos, mas a maioria são trabalhadores sérios que andam uma hora de ônibus
para chegar em casa e não têm um mínimo de Segurança.
A
comunidade, por desespero, quase invadiu o Comando da Brigada, onde também há
trabalhadores sérios - e quero registrar que possuímos uma viatura para 80 mil
pessoas da comunidade, Ver. João Dib -, e aqueles bravos guerreiros da Brigada
Militar se defenderam daquela situação horrível, qual seja, a população
enfurecida, com as suas razões, os brigadianos com um intensivo mínimo, e nós
ali discutindo as possibilidades reais de uma Cidade.
Na
semana retrasada, quando nós organizávamos um encontro de família para o
aniversário da minha filha, eu liguei para uma padaria para pedir um bolo, e aí
pedi que fosse feita uma telentrega. Sabe o que eles me disseram, Ver.
Sebenelo? Disseram que na Lomba do Pinheiro eles não iriam entregar, porque
havia muito banditismo; assim me respondeu a dona da padaria. É triste,
Vereador. Na semana passada, um atirador de elite contratado por uma empresa da
região matou dois assaltantes de um táxi-lotação. Isso significa que nós já
estamos com um grupo de extermínio, porque o Estado não cumpre o seu papel. E
daqui a pouco o nível de tráfico vai ser muito grande, porque o que nós já
estamos enfrentando lá com os jovens e os adolescentes é muito sério, não é
brincadeira. Nós, como ente Legislativo, como Instituição, nos sentimos, às
vezes, com as mãos amarradas, pois isso acontece, muitas vezes, na porta de
nossas casas. Nós queremos colaborar, mas não há políticas públicas
direcionadas ou casadas para nos ajudar. E as pessoas nos vêem, Vereador, como
autoridade que somos, mas nós não temos os mecanismos.
Virá
um projeto para esta Casa, chamado Lomba do Futuro, que aponta loteamentos em
áreas intensivas - como já estão aprovados na Parada 10, na Parada 8, na Parada
16; nesta, com uma previsão de atender 400 famílias - para pessoas que não são
da Lomba do Pinheiro. Nós não temos nada contra quem vai para lá, pelo
contrário, só que são as mesmas vagas de colégio, são as mesmas delegacias de
polícia, é o mesmo posto de saúde, é a mesma situação. E aí vem aqui para Casa
como se fosse o projeto mais maravilhosos do mundo. E não é bem assim,
Vereador! Primeiro, tem que cuidar da casa para depois poder receber. O DEMHAB
já está com panfletinho divulgando esses instrumentos, Vereador, dizendo que
tem tudo isso, mas não aponta nenhuma contrapartida. Quando vier o projeto
consorciado da Lomba do Pinheiro, eles vão querer discutir qual é a
contrapartida, pois não existem mais áreas para loteamento! Todos os
loteamentos já estão reservados e as contrapartidas já foram mandadas não sei
para aonde. Então, no Seminário que nós vamos ter aqui, nós teremos que
analisar muito claro isso, Vereador, porque a Lomba do Pinheiro não suporta
mais o problema desestruturado criado pelo Estado, pelo Município, criado por
todos esses mecanismos. E aqui, Vereador, não é só um gesto de oposição; aqui é
um clamor de desespero de uma população que se encontra dessa maneira. E qual é
o nosso papel nesse momento? Ajudar a organizar - e é isso que nós estamos
fazendo -, para que a população não bata nos brigadianos e nem os brigadianos
batam na população, porque são trabalhadores contra trabalhadores. Então,
Vereador, eu sei que V. Exª vai-se colocar à disposição, já tentei entrar em
contato com o Secretário Busatto, que está em Vacaria, bem como com o
Secretário Mallmann, porque nós queremos fazer uma reunião para enfrentarmos, -
vão ocorrer mais duas passeatas entre hoje e amanhã - ou ao menos amenizarmos o
desespero daquela população. Nós cumprimos o nosso papel, mas nós não somos
fadas, nem reis, nem mágicos para resolvermos toda essa situação. Então,
Vereador, o que nós podemos fazer é pedir ao Município e ao Estado para que
cumpram o seu papel, para que olhem para esse povo trabalhador, porque eles não
agüentam mais. Eles chegam em casa e a situação é desesperadora: vão pegar um
táxi-lotação e não tem segurança - e os motoristas não querem mais ficar lá.
Foi uma conquista nossa, e nós não somos caranguejo para voltar atrás na
história. É uma comunidade que paga imposto, é uma comunidade organizada, e nós
não vamos aceitar ficar pacificamente de braços cruzados. A sociedade, as
instituições têm responsabilidade. A Lomba do Pinheiro hoje é maior que muitos
municípios. Portanto, senhoras e senhores, é um desabafo, mas é um desabafo não
apenas para fazer uma choradeira, uma oposição; nós estamos organizados e
queremos, dentro do possível, fazer as coisas de forma ordeira.
Agora,
no desespero, Vereador, há momentos que a gente, de fato, chega a pensar que
estamos vivendo uma convulsão social. Infelizmente. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo):
O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos acompanha
pelo Canal 16, vejam bem, nobres Vereadores, o Governo Municipal pode ser
chamado, nos próximos dias, mais uma vez, ao Ministério Público, Dr. Raul. E
por quê? Porque recebeu recursos do Governo do Estado e não repassou para os
Agentes Comunitários.
O
Governo do Estado do Rio Grande do Sul, mais precisamente, agora, no dia 28 de
fevereiro, mandou para os Agentes Comunitários a seguinte carta (Lê.): “Governo
do Estado do Rio Grande do Sul, dia 8 de fevereiro de 2008.
Amigo(a)
Agente: O Governo do Estado do Rio Grande do Sul, através da Secretaria
Estadual da Saúde, repassou, no dia 18 de dezembro de 2007, a todas as Prefeituras
do Estado do Rio Grande do Sul o valor de dois milhões 879 mil e 640 reais.
Esse valor corresponde ao prêmio a ser pago aos Agentes Comunitários de Saúde
pela melhoria dos índices de saúde no Estado. Esse recurso é para ser repassado
integralmente aos Agentes Comunitários, no valor de R$ 380,00 por agente, e não
deve ser usado para outras finalidades”.
Esse
mesmo recurso foi repassado ano retrasado, e, agora, em dezembro passado, e os
Agentes Comunitários não receberam esse valor.
Infelizmente,
quando o Governo não tem gestão, temos de apelar ao Ministério Público, e, mais
uma vez, a nossa Comissão de Saúde e Meio Ambiente esteve discutindo, na última
plenária, terça-feira, e pediu, através da nossa Presidenta, Verª Neuza
Canabarro, que também está se associando a essa grande luta dos Agentes, para
que o Ministério Público interceda, para que os Agentes possam receber o prêmio
devido pela melhoria dos índices de saúde no Estado do Rio Grande do Sul,
embora nós percebamos que esse é um pequeno gesto, porque o Estado do Rio
Grande do Sul, nos últimos anos, já ultrapassa os 40 milhões de reais não
repassados para a Prefeitura de Porto Alegre, e tem recebido os recursos do
Governo Federal. Somente a Prefeitura de Porto Alegre - somente a Prefeitura de
Porto Alegre - já recebeu, no ano passado, por ter a gestão plena em saúde, 459
milhões 31 mil 4 reais e 71 centavos - quatrocentos e cinqüenta e nove milhões
trinta e um mil quatro reais e setenta e um centavos -, e depois alguns
Vereadores dizem, e até mesmo o Secretário, que o Governo Federal não manda
recursos para o Governo Municipal. Está aqui a prova que chega a um total de R$
595.790.456,32 – quinhentos e noventa e cinco milhões setecentos e noventa mil
quatrocentos e cinqüenta e seis reais e trinta e dois centavos. E o Governo
Estadual quanto foi que repassou para o Governo Municipal? E o Governo
Municipal, quais foram os valores aplicados na Saúde no ano de 2007? É,
infelizmente, o Secretário de Saúde não apresenta os dados, nobre Presidente
Ver. Sebenelo, tanto é verdade que é por isso que o Conselho Municipal de Saúde
não vota favorável às contas, não vota favorável às políticas do último
trimestre e não vai votar, porque ele, além de desmerecer o Conselho Municipal
de Saúde, não vai às reuniões, e o controle social fica, todo dia, lamentando
que projetos estratégicos para esta Cidade possam ser discutidos e apresentados
ao controle social.
Então, nesse sentido, o que nós queremos aqui é protestar e chamar o Governo Municipal à responsabilidade, para que mande para cá projeto criando as vagas para os Agentes Comunitários, para que pague o prêmio que lhes é devido, e, mais do que isso, para parar de reprimir o trabalhador, parar de transferir o trabalhador da Saúde, parar para reconhecer que esses trabalhadores podem nos ajudar muito a salvar vidas no dia-a-dia. E, para aqueles que estão sendo perseguidos, existe um Projeto de Lei contra o assédio moral, que é Lei no Município de Porto Alegre, e nós temos inclusive aqui no gabinete toda a divulgação e orientação, para que todos os Agentes, ou trabalhadores da Saúde, ou servidor público, possam se proteger contra o assédio moral. Nesse sentido nós queremos dizer que todos os trabalhadores têm o direito de não ser desvalorizados, reprimidos, ou até mesmo perseguidos. Nesse sentido nós fazemos um apelo ao Governo Municipal, para que pague o que deve aos Agentes Comunitários. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra em Comunicações.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Muito
obrigado. Até, se o senhor fizer isso com seu caminhão na Cidade - está sendo
bem conhecido -, prometo-lhe que, enquanto o senhor fizer a publicidade do
parcelamento do ITBI, eu trabalho com os seus borracheiros lá, trocando pneu.
Fica esta proposta aqui, vou lá na sua oficina trabalhar, o senhor me arruma um
macacão bonito que vou trabalhar lá.
O Sr. Alceu Brasinha: Já está
contratado.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado.
Então aqui nós negociamos com facilidade quando a coisa é séria. Faço um apelo
àquelas pessoas que estão nos assistindo, àqueles que têm conhecimento do
parcelamento do ITBI - Projeto que permite o parcelamento do ITBI em até 12
parcelas fixas, as pessoas podem solicitar até 15 de maio deste ano -, que
divulguem este Projeto. Infelizmente, só temos este canal, é um canal bastante
restrito, são poucas as pessoas que têm acesso à TV a cabo; na sua maioria, são
as pessoas mais humildes em termos de recursos financeiros. Divulguem, nos
ajudem, esta é a oportunidade que as pessoas vão ter de regularizar seus
imóveis; as pessoas, na sua grande maioria, desconhecem isso. Há muitos
adquirentes da casa própria e de outros imóveis, através dos contratos
particulares, que têm um desconhecimento muito grande do que é um recibo arras,
um contrato de compra e venda, uma cessão de direitos, do que é um registro de
imóveis, do que é um tabelionato, a competência de um e de outro, de como se
transfere a propriedade, de como se tem segurança na aquisição de um imóvel.
Então, é lamentável que haja esse desconhecimento, e nós fizemos este apelo
para que possamos divulgar ao máximo este Projeto, porque trata-se de um
Projeto que atende mais aquelas pessoas, como há um jargão bastante gasto no
Brasil, “ajudar os que mais precisam”.
Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Claudio
Sebenelo, eu lhe agradeço. Quero também agradecer, aqui, ao Vereador que está
propondo um novo Projeto para a cidade, que é o Projeto dos automóveis. Como é
o seu Projeto, mesmo?
O Sr. Mario Fraga: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) O Projeto, em si, autoriza o Executivo a
implantar no nosso Município um sistema de rodízio dos automóveis. No meu
Projeto, não está escrito nada de algarismo, nada de cor, nada de dia. É de
segunda-feira a sexta-feira, mas pode ser implementado na segunda, pode ser na
sexta, pode ser pela manhã, pode ser à tarde. Eu só quero que leiam o meu
Projeto antes de discutir.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado. Um
abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver.
Bernardino Vendruscolo.
O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O
SR. MARCELO DANÉRIS: Ver.
Claudio Sebenelo, na presidência dos trabalhos, hoje à tarde; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras;
público que nos acompanha aqui e pela TVCâmara.
Quero
pedir uma licença especial para a população de Porto Alegre que nos acompanha
hoje, para me dirigir a todos os filiados e filiadas do Partido dos
Trabalhadores. Como Presidente do Partido dos Trabalhadores em Porto Alegre,
quero também me dirigir aos meus companheiros e companheiras de Bancada, a
minha Líder Margarete Moraes, companheiro Oliboni, companheiro Todeschini, companheiro
Adeli, companheiro Guilherme Barbosa, Sofia, Comassetto e companheira Maria
Celeste. Neste domingo, dia 16, das 9 horas às 17 horas, o Partido dos
Trabalhadores estará realizando a sua prévia para a escolha da nossa
candidatura à Prefeitura de Porto Alegre, em 2008. Foi um processo de mais de
40 dias de debate intenso no Partido, vivo, forte, como é a marca do Partido
dos Trabalhadores; um Partido que é capaz de fazer este debate; um Partido que
tem a tradição democrática de ouvir os seus militantes, os seus filiados, e as
suas filiadas. Um Partido que é capaz de discutir programas; um Partido que é
capaz de escolher as suas candidaturas; um Partido que é capaz de defender a
democracia dentro e fora do Partido; um Partido que diz que quer assim, como exemplo
de quem tem compromisso com a democracia e com a República no País. Este é o
Partido dos Trabalhadores, forjado na luta social, sindical, na luta pelo
socialismo, esse Partido dos Trabalhadores é um Partido que, tradicionalmente,
faz os seus debates internos, escolhe as suas direções e escolhe as suas
candidaturas. Agora, em dezembro, há pouco tempo, nós tivemos um processo de
eleição direta, em que o Partido dos Trabalhadores escolheu, pelo voto livre de
todos os seus filiados, a sua direção nacional, estadual, municipal e direções
zonais, que é o caso de Porto Alegre.
Em
Porto Alegre nós tivemos a participação de mais de três mil filiados e
filiadas, votando, colocando lá na urna a sua opinião, depois de um processo de
quatro debates, envolvendo todas as zonais e as quatro principais regiões da
Cidade. Hoje nós enfrentamos um processo também de quatro debates, nas quatro
principais regiões, envolvendo as dez zonais de Porto Alegre, e, junto com
esses debates, nós estamos fazendo uma relatoria para o programa de Governo,
que nós queremos apresentar para a população de Porto Alegre, que tenha como
referência, sim, os 16 anos da experiência da Frente Popular e do Partido dos
Trabalhadores à frente da Prefeitura de Porto Alegre, mas será uma referência,
um ponto de partida, nunca um ponto de chegada. Nós queremos, com esse
programa, apontar para o futuro e superar todos os limites que a Cidade
enfrenta, superar e enfrentar o drama que a Cidade enfrenta sob a governança Fogaça, que hoje mostra sinais
de abandono claro da Cidade, mas principalmente nas áreas que mais precisam, e
quero destacar aqui a área da Saúde, que vive a pior crise da sua história, com
abandono flagrante que a população sofre nos postos de saúde, fechamento do
Programa de Saúde da Família, a não-construção do Hospital da Restinga, o caos
que vive o Hospital de Pronto Socorro, e assim por diante.
Mas
poderíamos falar de trânsito, poderíamos falar de participação popular, que
caiu pela metade, poderíamos falar das únicas sete obras que o Governo Fogaça
realizou no Orçamento Participativo de 2007. Tem muita coisa para falar do
Governo Fogaça. Mas nós queremos primeiro preparar a nossa candidatura para
poder apresentar candidatura e apresentar programa, nos apresentarmos para
conversar com os Partidos da Frente Popular, para constituirmos, juntos, uma
força democrática e popular, uma força de esquerda capaz de vencer o bloco
conservador que se formou em torno da Governança Fogaça, que é a primeira
experiência dessa elite reacionária e conservadora, esta elite
econômica, de governar Porto Alegre, desde a redemocratização do País. Essa
experiência está fracassando, como a população sabe, ela fracassa nos pontos em
que mais a população precisa e onde mais a população tinha esperanças de que a
Governança Fogaça pudesse mudar - esperança vã, porque nada não mudou. Nós, do
Partido dos Trabalhadores, vamos continuar um caminho de aprofundar mudanças e
inverter prioridades, por isso queremos convidar todos os filiados e filiadas
para que compareçam, domingo, na votação, nas dez zonais que estarão
esparramadas na Cidade, para dar a sua opinião de quem deve ser o nosso
candidato: a companheira Maria do Rosário, Deputada Federal, com uma longa
trajetória de defesa dos direitos sociais, da criança e do adolescente, uma
companheira que tem compromisso com a luta social e sindical, com a luta
popular; ou o companheiro Miguel Rossetto, ex-Ministro do Governo Lula,
ex-Deputado Federal, ex-Vice-Governador deste Estado, companheiro que se forjou
também na luta sindical, na luta popular, e esteve lá à frente de um Programa
de Reforma Agrária junto com o Governo Lula. São dois grandes companheiros que
têm a capacidade e a estatura política de representar o Partido dos
Trabalhadores nas eleições de 2008. Companheiros e companheiras, esperamos cada
um e cada uma para, domingo, começarmos a nossa caminhada para a vitória nas
eleições de 2008. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver Ervino
Besson está com a palavra em Comunicações.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Claudio Sebenelo, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16
da TVCâmara, quero saudar todos, especialmente uma pessoa muito querida que
está acompanhando hoje a nossa Sessão, o Gilberto Werner, um homem que também
acompanhou e que tem uma história muito marcante e bonita juntamente com a
Família Lutzenberger e que também ajudou e deu idéia para o Projeto que cria o
recanto no Parque Marinha do Brasil homenageando essa extraordinária criatura
que foi o nosso querido Lutzenberger, votado por unanimidade pelos Vereadores
desta Casa, a quem agradeço.
Em breve o Sr.
Gilberto lançará um livro chamado “Moinhos de Vento, a história”. (Mostra o
livro.) Em breve teremos aqui uma história do nosso Moinhos de Vento. Uma
história bonita, está aqui um exemplar. Então, em breve a cidade de Porto
Alegre terá a oportunidade de conhecer a história do Moinhos de Vento.
Muito obrigado, Gilberto, como é bom existir gente
que lembra do passado, que lembra a história. Eu digo sempre: cada um de nós
deixará uma história de nossa passagem. Maravilhosas são as pessoas que deixam
histórias bonitas, como foi Lutzenberger e tenho certeza de que Gilberto também
deixará, e a prova está que já escreveu um livro relatando a história de um
bairro de Porto Alegre.
Obrigado pela sua colaboração, Gilberto, tenho
certeza de que a família do nosso querido Lutzenberger ficará grata e também a
cidade de Porto Alegre com mais esse grande feito pela Cidade. Tenho certeza de
que V. Exª não irá parar por aí e outros livros serão escritos aqui contando a
história de nossa Porto Alegre.
Outro assunto que quero abordar aqui desta tribuna,
meus caros colegas Vereadores, é que, sempre que tenho oportunidade, digo, com
muito orgulho que sou uma pessoa oriunda do Interior, como outros Vereadores
também, pessoas que conhecem com muita profundidade a nossa luta na
agricultura, a riqueza do Rio Grande que é a agricultura. No meu tempo, ainda,
no tempo do arado, do boi com a carroça, da foice, hoje muitas propriedades
têm, graças a Deus, o plantio mecanizado. Mas, no meu tempo não era assim. Mas
eu me orgulho muito em dizer que fui homem do campo e que conheci a luz aos 14
anos de idade. Agora, o que me entristece, minhas caras Vereadoras e meus caros
Vereadores, pessoas que nos assistem nas galerias e pela TVCâmara, quando vemos
as matérias dos jornais, amplamente destacadas, e na própria televisão, essas
invasões que estão acontecendo em diversos locais, espalhadas pelo nosso
querido País. Eu tenho certeza de que o nosso querido Presidente da República,
Luís Inácio Lula da Silva, em muitas noites não consegue dormir quando ele vê
aquelas imagens... Porque um homem que é Presidente tem obrigação de conhecer a
nossa Constituição. Se temos uma Constituição neste País, a Constituição é para
todos nós, brasileiras e brasileiros, e tem que ser respeitada. O direito da
propriedade também é claro na Constituição. Agora, quando vemos essas invasões
aqui, a TVCâmara... quero que a população veja essas invasões aqui, isso é
chocante! Isso aí é destruir riquezas, é destruir pessoas que investem para
trazer riquezas para o nosso País.
Agora, eu pergunto a V. Exas: o que é que
representam essas fotos, as pessoas lá com um lenço amarrado no rosto,
escondendo-o, escondendo uma parte do seu visual? Isso até parece uma
guerrilha! Mas por quê? Para que se esconder? O que é que tem atrás disso aí?
Agora, olhem esta foto aqui. (Mostra foto.) Esta
menina tem um visual de conhecer agricultura? Ou é uma pessoa preparada, ou é
uma pessoa que recebeu uma lavagem mental para fazer isso que está fazendo, com
uma foice na mão, cortando árvores que são plantadas, que são riquezas para o
nosso País?! É uma pergunta que eu deixo no ar, porque eu conheço agricultura,
sou homem do campo, tenho orgulho de dizer!
Agora, eu gostaria que alguém fizesse um
questionário para essas pessoas e que elas pudessem responder qual o período em
que se planta o trigo, o milho, a soja, enfim, para saber se conhecem alguma
coisa disso. Não conhecem absolutamente nada! Elas podem conhecer, sim, essa
lavagem que estão recebendo de um segmento criminoso, porque são invasões,
depredações! O que está acontecendo, agora, é que estão atacando uma usina não
sei onde, que traz riqueza; alguns setores estão aí querendo destruir, querendo
fazer essas barbáries que estão acontecendo: invadindo propriedades, derrubando
casas, queimando maquinários! Ora, gente, até quando? Até quando nós vamos
aceitar isso, meu caro Presidente, médico, Ver. Claudio Sebenelo? Até quando?!
Essas agressões, esse desrespeito?
Agora, olhando bem essas fotos, ainda escondem o
rosto! Alguém pensa que essa gente conhece agricultura? Que essa gente sabe
como é que se colhe um pêssego, uma uva? Quando se planta um trigo? Quando que
se traz riqueza, quando que se bota comida na mesa em que nós comemos no
dia-a-dia? As pessoas sabem? Não sabem absolutamente nada! Se elas soubessem,
não pegariam uma foice e destruiriam. E o visual demonstra tudo. Olha, isso nos
revolta, meu caro Presidente, esse tipo de coisa nos revolta! Até quando que
irá acontecer isso, eu não sei;
talvez, um dia pare. Como, não sei; mas espero que pare. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Ver. Ervino Besson.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo, dentro de 10 dias o meu primeiro
pronunciamento na tribuna da Casa do Povo de Porto Alegre fará 37 anos. Eu
tenho orgulho de dizer que ao longo dos 37 anos eu não mudei; no meu primeiro
pronunciamento, eu disse, com todas as letras, que eu não vinha defender
grupos: eu vinha defender a coletividade. Isso não significa que um grupo que
estivesse dentro da coletividade e precisasse ser defendido isoladamente não
fosse defendido.
Agora,
hoje nós tivemos a Tribuna Popular usada pela Procuradoria-Geral do Município.
E aí era a defesa de um grupo dentro de uma coletividade que sofria o mesmo
problema. Então, este Vereador que fez profissão de falar sempre a verdade - e
a verdade deve ser sempre falada pelo político, porque é a única maneira de ele
não se equivocar - continua o mesmo. Quando vim para cá, eu disse que tinha
trabalho e experiência. É verdade, continuo trabalhando com a mesma disposição,
adquiri mais experiência e continuo falando a verdade. Então, hoje, quando os
Procuradores vieram aqui, receberam manifestações de colegas que foram
aplaudidos; eu não fui aplaudido, também não estava esperando nenhum aplauso,
porque não falo para receber aplausos: eu falo porque acredito.
Na
verdade, há muitos anos, não só este Vereador, vários Vereadores vêm dizendo da
necessidade de um Plano de Carreira para os municipários. O Plano de Carreira
tem que ser feito, porque as coisas foram alteradas. Agora, eu vou continuar
dizendo que não entendo que alguém que deve preservar o cumprimento da lei - e
o Procurador do Município tem que preservar o cumprimento da lei - leia o art.
34 da Lei Orgânica e seja capaz de propor para um grupo dentro dessa comunidade
toda que está necessitada a solução para esse grupo. Seria o caso amanhã de eu
trazer aqui uma solicitação de um Projeto de Lei dizendo que aquele
neurocirurgião que fez uma cirurgia lá no Hospital de Pronto Socorro, pela relevância
do seu trabalho, deva receber algo mais no seu salário; seria o caso de eu
dizer que aquele engenheiro que fiscalizou uma obra da Prefeitura deveria
receber um percentual que os engenheiros recebem quando são da atividade
privada. Então, não é esse o caso, servidor público é servidor público. E eu li
aqui, escrito pelos Procuradores, que trouxeram para nós todos (Lê.): “Se
efetivamente o novo Prefeito [o Fogaça] for mudar o que está mal, então
começará valorizando os seus servidores, dotando as Secretarias [eles não
falaram que era a Procuradoria] com recursos materiais e humanos mínimos e
retomando a bimestralidade, afinal Porto Alegre votou na mudança.”
Portanto,
quando eles vieram aqui e foram recebidos com muita satisfação por todos os
Vereadores, inclusive minha, eu pude rever antigos Procuradores, já
aposentados, que trabalharam junto comigo em diferentes posições; pude rever
aquele que foi o meu Procurador-Geral e que acho uma das maiores culturas
jurídicas do Rio Grande do Sul; pude rever alguns que há anos eu não via,
fiquei satisfeito em revê-los.
Agora,
não sou contrário a que a Procuradoria receba um atendimento diferente, mas a
Lei Orgânica, em seu art. nº 34, diz que só poderá ser feito quando se fizer
uma reclassificação geral no Município, e isso não está nem falado, nem
anunciado, nem pensado. A Câmara, sim, está fazendo um projeto de
reclassificação dos seus servidores, iniciado quando eu fui Presidente da Casa,
e me parece que agora já está no final. Mas eu não posso, como servidor
público, como alguém que jurou defender a Lei Orgânica, dizer que os
Procuradores têm razão isoladamente. No conjunto, eles teriam razão, mas
isoladamente não! Até porque, no passado, eles já foram aquinhoados com mais
vantagens, e as vantagens com as quais eles foram aquinhoados quebraram outro
artigo da Lei Orgânica, o art. nº 31, que diz que todos os salários são
vinculados ao salário básico, que não pode ser menor do que o salário mínimo
federal.
Eles,
quando receberam a vantagem, assim como os Agentes Tributários, quebraram essa
vinculação. E quero dizer, com toda a tranqüilidade, que quebraram sem o meu
voto, porque, para mim, a Lei Orgânica é a Lei Orgânica, assim como, quando
fizeram o Plano Diretor atual, a Lei Orgânica diz que tem que ter Zona Rural na
Cidade quando se faz o Plano Diretor, e diz com todas as letras, e o Plenário
da Câmara, pela diferença de um voto, entendeu que não precisava mais Zona
Rural. Não tem mais Zona Rural! Mas estou tentando fazer com que ela retorne.
Apesar de a Comissão, que estudou o Plano Diretor e que teve do Relator o apoio
para que se mantivesse a Zona Rural, uma vez que eu demonstrei que a Lei
Orgânica assim determinava, o Plenário, com a diferença de um voto, derrubou a
Zona Rural.
Portanto,
para mim tem o certo e o errado. Eu sou o mesmo Vereador de 37 anos atrás,
aquele que prometeu trabalhar, usar de sua experiência e falar a verdade. Não
fico triste porque não recebi aplausos, mas, tudo bem, pois é assim que costumo
proceder e vou continuar assim. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Mario Fraga está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. MARIO FRAGA:
Ver. Claudio Sebenelo, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que
me assiste pela TVCâmara, público presente nas nossas galerias, uso o Tempo de
Liderança do Partido Democrático Trabalhista para falar sobre o meu Projeto.
Não falo pela Bancada do PDT, mas sim em meu nome.
Começo pela fala do Ver. João Antonio Dib, que prometeu, há
37 anos, trabalhar pela Cidade. Quando apresentei este Projeto, que autoriza o
Executivo a implantar o Programa de restrição de trânsito de veículos
automotores no Município de Porto Alegre, foi isso que fiz: trabalhar pela
cidade de Porto Alegre. E o Ver. João Antonio Dib, que já está há bastante
tempo nesta Casa, é testemunha.
Em
1995, Ver. Nilo, quando V. Exª trabalhava lá na nossa comunidade, eu já tinha
tido uma passagem por aqui. E, nessa passagem, aprovei a Lei do Cinto de
Segurança, esse cinto que todos nós usamos hoje com a maior tranqüilidade. Mas,
quando eu coloquei o Projeto em pauta, foi a mesma polêmica que está
acontecendo hoje com o do rodízio de transporte. E, naquela época, por incrível
que pareça, mesmo sendo de oposição ao Governo do PT, consegui aprovar por
unanimidade. E o que significa isso? Significa que o Ver. Pedro Américo Leal e
o Ver. João Antonio Dib, que são os legalistas desta Casa, com toda a certeza,
votaram o meu Projeto do cinto de segurança naquela época, Ver. João Antonio
Dib. E é a mesma polêmica que se cria hoje em torno deste Projeto, coincidência
que é do mesmo Vereador, mas quem colocou em Porto Alegre o cinto de segurança,
V. Exª se lembra bem, foi este Vereador, com a unanimidade da Casa. E o mais
incrível, Ver. Haroldo de Souza: eu era oposição ao Prefeito Tarso Genro e ele
sancionou a Lei do cinto de segurança, em 21 de agosto de 1995; o hoje Ministro
da Justiça sancionou a lei do cinto de segurança. E, hoje, todos nós entramos
no carro e puxamos o cinto de segurança, graças a Deus!
Então,
este Projeto parece estar causando polêmica, mas é porque não foi lido pela
maioria das pessoas: ele autoriza o Executivo a implementar um sistema de
rodízio no transporte de Porto Alegre, Ver. Brasinha. Hoje nós poderíamos
dizer, por exemplo, que na segunda-feira os carros vermelhos não poderiam
trafegar em Porto Alegre, e, amanhã, os azuis. Então, é um Projeto que está em
discussão, eu gostaria que todos os Vereadores lessem o Projeto, que não impede
nada, ele autoriza o Executivo a implementar em Porto Alegre esse sistema, e
mais: deixa livre o transporte coletivo, os táxis, as motocicletas. Ora! Hoje
um motociclista dá uma opinião numa rádio dizendo que é contra! Ele não leu!
Muito pelo contrário, estou facilitando a vida do motociclista. Como é que o
motociclista vai ser contra o meu Projeto? Só não lendo ou sendo influenciado
por alguém. O transporte escolar está isento, os guinchos, os veículos de
cargas e outros veículos empregados para trabalho essencial - o que eu quis
dizer aqui? As ambulâncias, os deficientes que têm no carro a autorização para
andar, para estacionar, estarão isentos também com este Projeto.
Então,
hoje vou colocar na Casa, Ver. Wilton Araújo, que presta a atenção, vou pedir o
art. 81 para que possa ser votado na próxima semana e gostaria - com certeza,
hoje teremos a segunda Sessão de Pauta - que todos os Vereadores lessem, se
ativessem ou me dessem sugestões, já que o Projeto nesta Casa é feito para
acolher Emendas. Nós já temos aqui uma sugestão do Vereador, em vez de o raio
ser de 15 quilômetros, Ver. João Antonio Dib, passe para 10 quilômetros. Acho
até que é razoável, porque parece que 15 quilômetros - eu medi uma parte da
Cidade e outra não medi – vai dar lá em Ipanema. Acho que não há necessidade
disso; também estou sensível.
Outro
Vereador, Ver. Haroldo, me colocou que poderia ser às segundas-feiras, quando o
caos em Porto Alegre é maior! Ou nas sextas-feiras. Segundas-feiras e
sextas-feiras é certo que deveria ter esse rodízio. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Ver. Mario Fraga.
O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Tem
uma notinha aqui do jornal O Sul que diz o seguinte (Lê.): “O ex-Secretário do
PT se recusa a prestar serviço comunitário.” Livram a cara do cidadão de
“puxar” uma cadeia e dão uma colher de chá: “Tu faz um serviço comunitário...”
Aí, ele também não quer fazer um serviço comunitário?! Quer dizer: livram a
cara do bandido, numa boa – bandido sim, numa boa! -, e aí o cara também não
quer fazer serviço comunitário, ser zelador do bairro e tal. Seu Silvinho! Ah,
Seu Silvinho!
É
tão brilhante o Ver. Todeschini, mas não precisa pegar tanto no pé do Fogaça
assim... É todo dia, toda hora!
Uma
coisa que eu me arrependo: eu não votei no PT, rapaz, na última eleição. Acho
que eu cometi em terrível engano: a Cidade de Porto Alegre era uma cidade
perfeita! Funcionava SMIC, DMAE, tudo! O lixo era recolhido na hora certa,
existia a Cidade Viva, não tinha criança na rua. Jet ski ali na Av.
Goethe? Nem pensar! Inundações em Porto Alegre? Mas como? O PT estava ali,
estava tudo bem. Por que o Fogaça foi fazer uma coisa dessas? O que nós
tínhamos de nos meter em administrar a Prefeitura de Porto Alegre? Por que nós
não nos calamos, não nos recolhemos à nossa insignificância? Agora, o
apavoramento é por causa dos 30 pontos que o Fogaça está disparando aí nas
pesquisas antecipadas. Seria isso? Ah, Todeschini... Segura! Faz um projeto aí
para a gente poder discutir aqui; Todeschini, faz! É tão bom discutir um
projeto aqui! “O Ver. Todeschini, do Partido dos Trabalhadores, apresenta um
Projeto tal para a sociedade”. Não! “É porque o Fogaça, porque isso, porque
aquilo...” Nada funciona, para o Todeschini! Então todos nós erramos na última
eleição! Nós não podíamos ter deixado o PT sair do Governo. Que erro gravíssimo
nós cometemos, meu Deus do céu! Estava tudo tão bem na sociedade de Porto
Alegre, estava tudo perfeitamente bem! Por que é que nós tínhamos que ganhar a
ultima eleição? Quando eu digo nós, todos nós, não é só o PMDB, mas todos os
demais Partidos – PTB, PDT -, todos! Por que, Maria Celeste, nós fomos pegar a
Prefeitura de vocês, se vocês estavam com uma perfeição absoluta? Vocês
mostravam o exemplo de tudo, probidade e tal. A senhora eu livro, mas a maioria
do PT... Não adianta, todo dia tem um exemplo de coisa do PT, e todo dia o PT
está com aquela discussão moralista: “Nós somos isso, nós somos aquilo, e
‘piripipi’ e ‘poropopó’.” Não, tudo bem que se volte, que se faça isso, mas
tudo tem um certo limite.
Eu
estou recebendo um convite aqui do Secretário Municipal do Meio Ambiente, Beto
Moesch, que tem uma obra de urbanização na Praça Lino Augusto Shiefferdecker,
às 10 horas do dia 15 de março. O Beto Moesch trabalhando é um baita de um
político, mas quando fala é uma desgraça, se mete no Projeto dos outros, enche
o saco, falta com respeito com as Vereadoras, no caso com a Verª Margarete
Moraes. Mas que diabo, Beto?! Trabalha como Secretário, meu irmão! Trabalhando
tu és dez, falando és zero! Vai devagar! É muito complicado.
Agora
eu estava pensando, lembrei do Ibsen Pinheiro, e pensei: puxa, podia realmente
fechar o Parque da Redenção – Farroupilha -, o Parcão, fazer um cercamento dos
parques. Aí, eu vi que tem uma Lei do Ver. Professor Garcia que impede que o
Vereador decida se cerca, ou não, a praça. Mas como, Ver. Garcia? O que nós
estamos fazendo como Vereadores aqui? Se o Vereador não decide pelo cercamento
de uma praça, o que eu estou fazendo aqui então? Não! Nós tínhamos que decidir
sobre o cercamento, ou não, do Parque da Redenção e do Parcão. É indiscutível
que tinha que ser assim, mas o que a gente pode fazer, né? Não sei!
Agora,
na Av. Goethe não vai ter mais a possibilidade de andar de jet ski. Será
que é por isso que o Fogaça está com 28, 29, nas pesquisas? Eu acho que é só
por isso, não tem mais aquele negócio de vender jet ski na cidade de
Porto Alegre. Lamentável.
De
toda sorte, eu ia falar sobre o Projeto do meu querido Ver. Mario Fraga; mas
não vou: Porto Alegre não tem ainda essa estrutura, essa massa problemática.
Não, não há a mínima. Eu recebi um documento do meu amigo, o Desembargador
Eliseu Torres, e, de cara, ele já fala dos problemas: controle de trânsito na
rótula da Rua Carlos Trein Filho com Av. Nilópolis; e supressão de inúmeras
sinaleiras inúteis... E por aí ele vai. A segunda, e de grave repercussão, é a
restrição ao trabalho de muitos cidadãos que usam o seu veículo como meio de
exercer o trabalho. E aí, como é que fica? Eu acho que não é por aí, eu acho
que esse Projeto entra na mídia, tem discussão, tem o seu valor, mas eu acho
que não é por aí. O que nós tínhamos que fazer é um estudo real do trânsito de
Porto Alegre, e não fazer firulas; com firulas a gente não chega a lugar
nenhum. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
(Aparte
anti-regimental do Ver. Haroldo de Souza.)
Quero dizer para o Ver.
Mario Fraga: Parabéns, Vereador! É isso aí! O Vereador tem que estar preocupado
com o trânsito. O trânsito é problemático aqui em Porto Alegre.
Falando
da Rua da Praia: ela está de cara nova, Ver. João Antonio Dib. Está bonita! Bem
iluminada!
(Aparte
anti-regimental da Verª Margarete Moraes)
O
SR. ALCEU BRASINHA: A
Rua da Praia, Vereadora. A senhora não foi lá? Mas, Vereadora, a senhora como
uma Vereadora da Cidade deveria estar participando, quando foram inauguradas as
luzes, lá, Vereadora. Está linda! Está iluminada! A SMOV já botou luzes
novas lá na Rua da Praia, numa demonstração para a Cidade do que vai acontecer
– a Cidade será iluminada de ponta a ponta! Estamos trabalhando. O Secretário
Maurício está demonstrando a sua grandeza, trabalhando pelo Reluz. Dizem que
não acontece nada de bom na Cidade? O que é isso? Está lá o Secretário Cecchim
botando aquele camelódromo, coisa mais linda do mundo, crescendo para cima,
Ver. Adeli - V. Exª sabe o quanto era problemática esta Cidade para os camelôs!
E agora vamos limpar a Cidade, vamos botar todo mundo a trabalhar! Não está
acontecendo nada nesta Cidade? O Prefeito Fogaça não tem feito nada? Tem que
falar o que acontece! Isso é importante para nós, porque a gente não quer só
para nós o bem, mas eu quero ver a Cidade bonita, limpa, iluminada, e todo
mundo trabalhando, dando-se as mãos.
Mas, saindo fora um pouquinho deste assunto da
Cidade, vamos ver o acontecimento de ontem à noite, o que houve lá em Caxias?
Deu problema. Será que foi o rolamento que trancou? Será que o carrossel não
deu certo, Ver. Sebenelo? O carrossel fazia tudo, ganhava tudo! E agora? O que
houve, Vereador? V. Exª é um componente, é um Conselheiro do Internacional,
alguma coisa aconteceu, não é, Vereador? Porque não venha me dizer que o juiz
atrapalhou, impediu-os de ganhar. Eu olhei todo o jogo. O Ver. Haroldo é um dos
que mais entende de futebol. O que houve, Ver. Haroldo de Souza, ontem, lá em
Caxias? Fiquei preocupado, muito preocupado. Só quero dizer isso, porque hoje
estaremos jogando, à noite, contra um time lá de Caxias, e aí, sim, vamos
mostrar como é que se faz uma patrola.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Ver. Alceu Brasinha.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação
de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; apesar de
me chamar João, eu não sou o “Joãozinho do passo certo”. Eu acho que o tempo de
Liderança deve ser utilizado para assuntos urgentes, inadiáveis e submetidos à
apreciação do Presidente. Não sou eu que digo isso; é o Regimento, e a Comissão
de Justiça já afirmou que deveria ser assim. Eu não aplaudi os procuradores que
aqui estiveram, outros Líderes aplaudiram; eu não achei que deveriam ser
aplaudidos. Agora, o Ver. Mario Fraga dedicou o seu tempo de Liderança - e
parece que não está no Plenário, neste momento - a falar sobre a minha pessoa e
sobre o meu posicionamento. Eu, na realidade, sempre procuro conhecer os temas
nos quais vou falar. Eu já fui membro do Conselho Estadual de Trânsito durante
17 anos, e, inclusive, presidi o Conselho Estadual de Trânsito. Eu já fui
Secretário de Transportes por duas vezes, e já participei de congressos sobre
trânsito em todo o País, e fora dele também, de maneira que, quando mudaram o
Código Nacional de Trânsito, eu tratei de me informar do Código Nacional de
Trânsito; quando mudaram a Constituição, eu tratei de me informar da
Constituição.
E
a Constituição, no parágrafo do art. 30, diz que é interesse do Município não
precisar fazer mais nada do que executar. E o Código Nacional de Trânsito é
claro, preciso, conciso quando fala nas autoridades de trânsito, e a Secretaria
Municipal de Transportes tem autoridade de trânsito. Isso é tão verdade que um
dia botaram uma placa ali na Rua Ramiro Barcelos, na frente do Hospital Moinhos
de Vento - “Não pode descer veículos de mais de três toneladas” -, e não desce.
De repente, mudou a mão de uma rua, mudou de uma outra, e está tudo bem. Agora,
autorizaram o Executivo a fazer, em um raio de 15 quilômetros a partir da
Prefeitura, a proibição, em dias alternados, desse ou daquele veículo - ele
falou em cor vermelha e cor azul; o meu não seria nunca atingido porque é
cinza, e a maioria dos veículos de Porto Alegre é cinza -, então, não seriam
atingidos. A EPTC já disse que não tem sentido, hoje já houve uma pesquisa na
Rádio Guaíba, e o resultado contrário à idéia do Ver. Mario Fraga foi de 91%;
provavelmente os 9% não tinham automóvel. Agora, se for feito em um raio de 15
quilômetros a partir da Prefeitura, vai haver gente que, se precisar ir a
Caxias, não poderá ir naquele dia em que o carro estiver impedido, porque não
há como passar. Fazer Projetos de Lei que, depois, deixam as outras pessoas mal
situadas? Eu não quero autorizar o Prefeito, porque ele já está autorizado. O
Dr. Luiz Afonso Senna, Presidente da EPTC, Secretário Municipal do Transporte,
pode fazer um estudo, mas não quer fazer. Eu acho que é muito mais importante
reflexionar a respeito do corredor de ônibus da 3ª Perimetral a fazer um plano
cicloviário. Eu acho que é chegada a hora de examinar aquele corredor de
ônibus: eu sou contra, porque não vejo movimento nele, e falo com a
tranqüilidade, e digo novamente, de quem estudou todos os corredores que aí
estão e que os construiu. Eu vejo quando a Av. Farrapos, para sair da
Prefeitura e ir ao Aeroporto, precisava, no mínimo, de uma hora; agora, com o
corredor, muito movimentado, vai-se em tempo razoável. E, se nós tirássemos o
corredor da 3ª Perimetral, nós poderíamos pensar em outros cruzamentos bem
sinalizados facilitando a vida da população. Então, se é para falar em
trânsito, nós vamos falar em trânsito, vamos falar em engenharia de trânsito,
porque até umas aulas de engenharia de trânsito um dos professores mais
notáveis do Brasil, Professor Luiz – foge-me o seu sobrenome – deu aula aqui na
Escola de Engenharia, e eu fiz o curso junto com ele. Portanto, eu quero dizer
que o Prefeito não precisa da autorização da Casa do Povo de Porto Alegre para
fazer alterações no trânsito de Porto Alegre. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Ver. Dib.
O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo
Sr. Ver. Claudio Sebenelo,
M.D. Presidente da nossa Sessão de hoje; caros Vereadores e Vereadoras, aproveitando
o gancho do debate sobre o nosso trânsito, costumo dizer, com toda a convicção,
que o que nos falta é a consciência do pedestre, do motorista e das colocações
exatas das faixas de segurança em Porto Alegre.
Quando
nós aprendermos a usá-las e respeitá-las, teremos um trânsito seguro.
Agora,
para informação nossa, Porto Alegre não tem um engenheiro de segurança de
trânsito para responder às demandas de nossa Cidade, porque a gente vê
horrores, como postes em curvas, por exemplo, que já levaram muitas vidas, e
vão continuar levando.
Quero
falar, também, que, toda a vez, Ver. Luiz, que é noticiada uma indenização,
através da Comissão Julgadora da Anistia Política, eu sempre, por convicção
própria, vou trazer este assunto ao plenário, principalmente, a que está hoje
nos jornais.
Como,
também, cito o caso de uma indenização feita a sete mulheres, na semana
passada, no valor de mais de um milhão de reais.
Mas
fala, aqui, hoje, na concessão de uma indenização de 400 mil reais retroativos,
sem desconto de imposto de renda, sem desconto do INSS, além de já ter
garantido, mensalmente, a importância de R$ 1.627,72
O
cidadão é Diógenes Carvalho Oliveira, que jogou a bomba no Consulado Americano,
e, dentre os danos, foi tirada a perna esquerda de um cidadão chamado Orlando
Lovecchio Filho, que também entrou com um processo de indenização, mas a lei
negou.
Hoje
ele recebe, como vítima do terrorismo, vítima dos contraventores da lei, apenas
R$ 571,00 mensais.
Ele
ganha apenas R$ 571,00 por mês, enquanto que aquele indivíduo que jogou a
bomba, que o massacrou, inutilizou-o, talvez, para o trabalho e para a vida,
ganhará R$ 400.000,00 reais, retroativos, e sabemos lá, por que cargas d’água,
foi aprovado pela Comissão de Anistia.
É
uma lei, continuo dizendo, que só favorece uma facção política deste País; ela
não é uma lei abrangente. Aqui está provado que a vítima do ato insano não teve
o seu acolhimento, ele, que também foi prejudicado na época, porque recebeu os
impactos da bomba que foi jogada, e não foi acolhido, não teve retroatividade,
e ganha, para sua manutenção, apenas R$ 571,00.
Temos
a esposa de um dos maiores assassinos da época, juntamente com Lamarca, que
mataram gente e mais gente; a esposa de Marighella, também teve ação retroativa
de R$ 150.000,00, e também uma pensão vitalícia de R$ 2.500,00. Talvez seja por
isso que o Presidente da República, ontem e anteontem, andou berrando que a
oposição lhe tirou 120 bilhões de reais da CPMF, talvez porque esteja faltando
dinheiro para ele dar mais para os seus companheiros, pois eu estou vendo aqui
que apenas estão sendo indenizados aqueles partidários, como é o Diógenes de
Oliveira, que era, na época, em que houve aqui em Porto Alegre uma CPI,
dirigente do Partido dos Trabalhadores.
Hoje,
aqui, eu estou trazendo, comprovadamente, que esta Lei é para os “amigos do
rei”; aqueles que foram vítimas não têm o acolhimento; não sabemos se esse
Lovecchio era a favor ou era contra, na época, mas apenas que foi vítima,
vítima também da ditadura, se fosse o caso, e recebe apenas R$ 571,00. Esse é
dinheiro do povo brasileiro. Isso não é republicanismo. Não é uma Lei para
todos os brasileiros, não! Por isso que nós precisamos, a cada dia, inventar
mais e mais impostos.
Sr.
Presidente, a indignação da minha convicção é porque esta é uma lei injusta,
esta é uma lei injusta, sim, senhor, porque, enquanto isso, falta escola, falta
creche, falta investimento em educação, falta investimento em segurança, falta
investimento em uma série de coisas que nós não temos, agora, dinheiro para
essas coisas não falta no nosso País. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Ver. Ismael Heinen.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Meu
querido amigo Ver. Claudio Sebenelo, Presidente desta Casa, neste instante;
Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores,
realmente é de causar indignação, Ver. Ismael Heinen, nós vermos tantas
notícias de pessoas ligadas aos Partidos, mais aos da esquerda, como é o caso
do Partido dos Trabalhadores, e outros aliados ao Partido dos Trabalhadores em
todas as eleições e que recebem essas benesses através dessa tal de Lei da
Anistia. Este Diógenes de Oliveira - e a Verª Maristela Maffei não deveria
estar sorrindo, deveria estar chorando, porque, afinal de contas, é uma coisa
triste para a sociedade - ele acabou lesando a nossa sociedade através daquele
tal de Clube da Cidadania, tão malfalado por todos e tão conhecido por toda a
sociedade. Ele andou como Secretário dos Transportes aqui no Município, depois
ele saiu da Secretaria dos Transportes e foi trabalhar na Marcopolo, que
fornece as carrocerias dos ônibus para as empresas de transporte coletivo.
Quando começaram a falar que ele estava aqui trabalhando na Marcopolo,
mandaram-no para Portugal, meu amigo Wilton, para que ele ficasse lá. E agora
ele recebe um prêmio por ter jogado uma bomba, ou por ter participado desse
grupo que jogou uma bomba em uma pessoa, que ficou mutilada. Esse prêmio que
foi dado a ele é de 400 mil reais. E nós conhecemos tantos outros que se
orgulham de dizer: oh, sou esquerdista! E na verdade só fizeram mal e estão
roubando a Nação, porque através dessa Lei da Anistia, eles estão fazendo com
que, na verdade, a sociedade pague para eles quantias milionárias. Nós podíamos
aqui - eu tenho a relação - dizer o nome de uma relação muito grande de pessoas
que estão saqueando a Nação através dessa Lei da Anistia.
E
nós estamos falando sobre as pessoas que vivem aqui em Porto Alegre. Eu quero
apenas dar uma explicação. Quando esta Lei foi criada, na época do Fernando
Henrique Cardoso, existia uma limitação para que as pessoas ganhassem essas
indenizações. Essa limitação era realmente apenas para dar às pessoas alguma
coisa que pudesse fazer com que elas, de alguma forma, tivessem uma vida
melhor; a limitação era de seis salários mínimos na época do Fernando Henrique
Cardoso. Quando o Presidente Lula assumiu, ele retirou os limites que foram
colocados pelo Fernando Henrique Cardoso, e esses limites ficaram absolutamente
livres. Hoje, essas pessoas, Ver. Ismael, recebem dois milhões, três milhões; o
ex-Vereador Carrion recebeu, parece que duzentos; o Diógenes está recebendo
quatrocentos. É dinheiro público que está sendo distribuído da forma mais
descarada possível, para pessoas que nunca fizeram absolutamente nada pelo
País; nada pelo País! Ou alguém vai me dizer que, por que estas pessoas se
posicionaram num determinado momento, com o discurso falso de que queriam
salvar o País, e depois se envolveram com “mensalões” e mais “mensalões” e com
cartões corporativos; vão me dizer que estas pessoas são brasileiras e
mereceriam ganhar estes prêmios vergonhosos?
(Aparte anti-regimental.)
O SR. LUIZ BRAZ: O Ver. Guilherme Barbosa, que
está se manifestando de uma forma anti-regimental, deveria explicar sua entrada
no serviço público, como ela se deu; isto ele deveria explicar, não é? Aí nós
estaríamos conversando de forma igual.
(Aparte anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Ver. Guilherme
Barbosa, por gentileza. Há um Vereador na Tribuna, não são permitidos apartes;
não são permitidos apartes, Vereador!
O SR. LUIZ BRAZ: O Ver. Guilherme Barbosa deveria
explicar exatamente a sua entrada vergonhosa no serviço público e vai se
aposentar pelo serviço público, sem nunca ter prestado concurso. Isto ele
deveria explicar. Como ele não pode explicar isto, ele fica dando apartes
anti-regimentais, para contestar essas indenizações que são vergonhosas. Eu
gostaria que os jornais pudessem exibir todas essas indenizações, na primeira
página, para que a sociedade pudesse tomar conhecimento. A sociedade, hoje,
está sendo roubada, mas, infelizmente, não está tomando conhecimento disso.
Então, eu quero deixar, aqui, o nosso protesto contra esta forma que a Lei da
Anistia resolveu adotar para poder premiar algumas pessoas em nossa República.
Acho que isso é indecoroso, não deveria acontecer.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Ver. Luiz Braz.
O SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Sr.
Presidente, eu solicito que sejam retiradas as palavras ofensivas alusivas à
honra do Ver. Guilherme, proferidas pelo Ver. Luiz Braz, da tribuna.
O SR. LUIZ BRAZ: Eu não falei nenhuma palavra que
fosse mentirosa. Portanto, eu não retiro nenhuma das minhas palavras da
tribuna.
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC. Nº 9055/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 307/07, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que denomina Rua
Vanderlei da Silva Alves o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua
2985 – Loteamento Verdes Campos –, localizado no bairro Mário Quintana.
PROC. Nº 9282/07 - PROJETO
DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 028/07, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que
institui o Estatuto do Pedestre, assegura os direitos e fixa os deveres do
pedestre, assegura direitos à Pessoa Portadora de Deficiência – PPD – e à
Pessoa com Restrição de Mobilidade – PCRM – , cria o Conselho Municipal dos
Direitos e Deveres do Pedestre – Consepe – e estabelece as suas competências e
a sua composição, institui a Semana do Pedestre, que ocorrerá anualmente, na
primeira semana de setembro, dá outras providências e revoga a Lei nº 10.199,
de 11 de junho de 2007.
PROC. Nº 9906/07
–PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 324/07, de autoria do Ver. Dr. Raul, que concede o título
honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Médico Doutor Thomaz José
Lomando.
PROC. Nº 1348/08 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 007/08, de
autoria da Mesa Diretora, que altera a Resolução nº 1.367, de 02 de
janeiro de 1998, e alterações posteriores, que reorganiza os serviços
administrativos da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências,
transpondo a vinculação do órgão Controle Interno para a Diretoria-Geral.
PROC. Nº 1349/08 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 008/08, de
autoria da Mesa Diretora, que altera a Descrição Analítica das
Atribuições da Função Gratificada de Chefe do Controle Interno nas
Especificações de Função Gratificada, constantes no Anexo da Lei nº 5.811, de
08 de dezembro de 1986 – que estabelece o Sistema de Classificação de Cargos e
Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências –, e alterações
posteriores.
PROC. Nº 9419/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 312/07, de autoria do Ver. Mário Fraga, que autoriza o Poder
Executivo a implantar o Programa de Restrição ao Trânsito de Veículos
Automotores no Município de Porto Alegre e dá outras providências.
PROC. Nº 0326/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 005/08, de autoria do Ver. Adeli Sell, que institui a Semana
da Bahia em Porto Alegre, a ser realizada anualmente, do dia 1º ao dia 07 de
julho, que passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de
Porto Alegre, e dá outras providências.
PROC. Nº 0423/08
–PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 011/08, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que estabelece a
obrigatoriedade de instalação de bebedouros de água potável nas dependências
dos centros comerciais e dos “shoppings centers” no Município de Porto Alegre. Com
Emenda nº 01.
PROC. Nº 0693/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 017/08, de autoria da Verª Neuza Canabarro, que denomina Rua
José Biernfeld Figueredo o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua
1976.
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): A Verª
Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. MARGARETE MORAES: Eu desisto da
Pauta e quero fazer um último apelo ao Ver. Luiz Braz, porque ele proferiu palavras
ofensivas ao companheiro Guilherme Barbosa, que não são verdadeiras, e, caso
ele mantenha essas palavras, a Bancada do PT vai pedir uma Comissão de Ética e
vai entrar na Justiça.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Sebenelo, eu não vou retirar
nenhuma das minhas palavras. Se quiserem entrar na Justiça, que entrem, porque
eu também vou entrar. E se pedirem Comissão de Ética, eu também vou pedir
Comissão de Ética. Então, estamos equiparados.
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu
não sei o que foi dito na imprensa, hoje, e não acho que V. Exª deva ser
criticado por apresentar o Projeto. Só disse que nós dispomos de poucas
semanas. Agora, se for para fazer atração turística, eu acho que tem validade,
mas eu não sei se nós vamos conseguir, com a culinária baiana, fazer uma
atração turística. Lá na Bahia eles fazem promoções para todos os Estados, eu
sei disso. De qualquer forma, é um Projeto. Mas é mais uma semana disso, é mais
um mês disso, é mais um dia daquilo, e aí nós ficamos perdendo muito tempo,
talvez, nisso. Agora, como disse V. Exª, talvez o caminho inicial de procurar
fazer contato com a autoridade competente, com a autoridade de turismo do
Município, para fazer uma promoção nesse sentido, seria mais certo do que fazer
um Projeto de Lei. Mas de qualquer forma entendo a preocupação de V. Exª
em trazer turistas para Porto Alegre, o que é muito, muito importante.
O Ver. Nereu D’Avila está pretendendo modificar o
Estatuto do Pedestre, que ele mesmo fez - e recebeu apoio -, mas como eu disse,
pelo o que eu sei, o Estatuto não está sendo executado, nem regulamentado. E
agora ele está incluindo mais as pessoas portadoras de deficiência, as pessoas
com restrição de mobilidade, e também cria um Conselho. Nós temos muitos
Conselhos também. E Conselho termina, às vezes, sendo sinal de confusão na
Cidade.
O Ver. Dr. Raul propõe o Título Honorífico de
Cidadão Emérito ao Dr. Thomaz José Lomando. Este nome eu pronuncio com muito
respeito, porque realmente é uma pessoa que merece receber este Título. É um
nonagenário, mas completamente lúcido, ainda capaz de trazer a sua palavra
segura e consciente para muita gente aprender muitas coisas.
A Mesa apresenta dois Projetos de Resolução: um
deles fazendo uma alteração, reorganizando o serviço administrativo da Câmara -
feito em boa hora; e o outro modificando Funções Gratificadas e fazendo
inscrição analítica na Função Gratificada, estabelecendo, ao mesmo tempo, um
Sistema de Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal. Isso é o que
eu disse: a Câmara faz um plano classificado para todos os servidores e não
para alguns. E a Prefeitura devia fazer a mesma coisa. Uma das coisas mais
reclamadas pelos servidores municipais é um Plano Classificado de Cargos. Saúde
e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Ver. João Dib.
O Ver Adeli Sell está com a palavra para discutir a
Pauta.
O SR. ADELI SELL: Ver Sebenelo,
colegas Vereadores e colegas Vereadoras, esta discussão preliminar de Pauta me
dá oportunidade de voltar a discutir temas da Cidade, como o meu Projeto
referido pelo Ver João Dib. Eu disse ontem e vou repetir aqui de novo: estou
fazendo um conjunto de projetos de lei, que, na verdade, vou dizer aqui:
deveriam ser todos Pedidos de Providência, agenda aberta com a municipalidade,
para discutir se nós queremos ou não queremos incrementar o turismo, a
gastronomia, levantar as culturas deste País em Porto Alegre, ou não. Esse é o
debate. Eu faço um desafio a quem quiser debater esses temas comigo. “Eu não
vou ficar aqui com dedos” porque a imprensa disse isso ou aquilo. Eu cansei.
Quando a gente fala algumas coisas, não publicam. Fui cobrado, hoje, num outro
jornal, sobre um negócio que está escrito. Mas eu não falei com nenhum
jornalista, não disse nada daquilo que está escrito. Não dá, sabem? Não dá.
Havia uma época, eu lembro, que a Câmara Municipal, no outro prédio, lá no 14º
andar, Ver. João Dib, tinha cobertura da mídia. Lembram do Jornalista
Melchiades Stricher. Era um dos que fazia cobertura no jornal. Lembram dele? Eu
citei um, Melchiades Stricher, até porque já morreu. Vou citar esse apenas. Ele
era um que fazia a cobertura da Câmara, dentre tantos outros. Eu quero debater
as coisas reais de Porto Alegre! Nós temos no Brique da Redenção uma banca que
vende produtos da Bahia. Têm filas para apreciar o acarajé. Começamos a
discutir da viabilidade ou não de colocar um espaço desses no centro de Porto
Alegre. Na Bahia, tem equipamentos urbanos, mobiliário urbano, bonito, com
publicidade que não polui. Porto Alegre não pode! Um exemplo: o Secretario do
Meio Ambiente mandou tirar as faixas de propaganda da VisaNet, por causa de uma
briga com o Secretário Cecchim por causa do Brique da Redenção. Esta Cidade
“grenalizada”, esta Cidade que vive como se chimangos e maragatos tivessem que se
enfrentar dia e noite não pode ir para a frente! Se eu defendo o Fórum Social
Mundial, alguém é contra! Nós fizemos uma análise crítica, aqui, recentemente,
da Conferência das Cidades, porque nós queremos a Conferência no ano que vem
aqui e porque nós queremos participar da Conferência desde a primeira hora e
não na última hora! Esse é o debate, essa é a questão. E a idéia é a mesma em
relação aos aspectos deste Projeto de Lei: nós queremos a participação das
pessoas, nós queremos fazer um grande projeto. O Ver. Nedel e eu - ele como
Presidente e eu como Secretário - temos uma Frente Municipal em Defesa do
Turismo - muita gente se inscreveu -, e nós queremos levar isso às últimas
conseqüências, porque, no ano que vem, nós queremos a Conferência das Cidades,
aqui, com toda a riqueza gastronômica que a Cidade tem, porque eu não quero
arroz de carreteiro apenas em setembro! Eu propus que nós fizéssemos, no
inverno, Ver. João Antonio Dib, um grande evento nesse sentido, resgatando o
charque, que foi a tradição do Rio Grande do Sul!
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, muito bem, vamos à Semana
da Bahia, mas não de 1º a 7 de julho, porque, dia 02 de julho, na Bahia, é um
dia de grande festa, e os baianos, evidentemente, não virão de lá para cá...
O SR. ADELI SELL: Mas não é para
os baianos virem para cá, Vereador!
O Sr. João Antonio Dib: Mas nós vamos
querer trazer os baianos também, se eles souberem que tem uma Semana da Bahia
aqui. Eu sei que V. Exª quer trazer a culinária de lá para cá - eu fiquei
sabendo do acarajé, até eu vou lá experimentar o acarajé, pois eu não fui ainda
- mas eu faria em outra data.
O SR. ADELI SELL: Nós vamos fazer a Semana do
Quibe, também, Vereador, vamos fazer uma semana da gastronomia árabe em Porto
Alegre, para valorizar! Eu fico impressionado! O problema não é o número de
semanas! Na verdade, eu queria que tivessem, a cada semana, dez, vinte eventos;
que as pessoas viessem de Montevidéu para cá! Nós vamos para Montevidéu gastar
o nosso dinheiro lá, pois é mais barato ir para lá do que ir para
Florianópolis!
A Srª Margarete Moraes: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero dizer que nós não podemos
ser provincianos, que nós queremos promover o encontro entre os povos, o
encontro entre o Brasil, porque o Brasil não conhece o Brasil. Isso não
significa não valorizar a nossa própria identidade, e eu tenho certeza de que o
seu Projeto vem nesta direção, qual seja, o de trazer turistas, sobretudo do
Uruguai e da Argentina para o Rio Grande do Sul, que também é Brasil.
O SR. ADELI SELL: Na semana
passada, Verª Margarete Moraes, estava em discussão a minha proposta de
promover um evento em junho, buscando resgatar a questão da tradição do
charque. Eu sugiro emendar um evento no outro: o sujeito viria no final de
junho - haveria grandes atividades em cima do arroz de carreteiro, do charque,
das tradições gaúchas - e emendaria com a Semana da Bahia! Eu quero trazer a
cultura de Montevidéu para Porto Alegre, quero trazer a cultura de Buenos Aires
para cá. Nós vamos gastar o nosso dinheiro nos outros países, pois é mais
perto, é mais barato ir para Montevidéu, no final de semana, do que ir para
Florianópolis, ou, às vezes, até para a serra gaúcha. Por isso, eu defendo esta
Cidade, eu defendo este chão, com a sua multiplicidade e com esse caldeirão
étnico e cultural! Por isso é que eu defendo o meu Projeto! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver.
Adeli Sell.
O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr.
Presidente, Ver. Sebenelo;
Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, demais pessoas que nos
acompanham, eu quero comentar dois Projetos que estão na Pauta. Um, do Ver.
Nereu D’Avila, que trata do Estatuto do Pedestre. Inicialmente, quando li a
presença deste Projeto na relação, eu me surpreendi, porque nós, no ano
passado, aprovamos um Projeto que virou lei, com este conteúdo. Na Exposição de
Motivos, o Vereador explica então que o Prefeito vetou alguma parte e ele
aproveitou e está fazendo modificações naquela Lei. E, como disse
anteriormente, considero um tema muito importante, porque os motoristas não têm
um treinamento adequado para agir no nosso trânsito, a gente vê isso permanentemente:
não obedecem ao sinal luminoso, não param nas faixas de segurança, e assim por
diante. E não são só os jovens, também os motoristas mais veteranos, digamos
assim, cometem o mesmo tipo de problema. É verdade que também o pedestre não é
treinado. Tem sempre uma esquina em que as pessoas invadem a pista, que é a
esquina da Rua Siqueira Campos com a Rua Uruguai, por exemplo, invadem
literalmente a pista, deixando dificuldades aos condutores de veículos. É claro
que nessa relação automóvel/pedestre quem leva desvantagem é sempre o pedestre.
Portanto é importante a garantia, além da relação dos automóveis, é a questão
das próprias calçadas, a possibilidade de deslocamento sem as barreiras
arquitetônicas, e assim por diante.
Outro
Projeto que não tem como a gente tocar e discutir é o Projeto do Ver. Mario
Fraga, com relação ao rodízio, autorizando uma lei que determina, digamos
assim, o Prefeito a fazer o rodízio de automóveis na nossa Cidade. Muitas
vezes, eu digo que, quando nós apresentamos um Projeto que dá ao Prefeito um
poder que ele já tem, esse Projeto não é nada mais, nada menos do que um Pedido
de Providências. E, Ver. Mario Fraga, V. Exª sabe que temos uma boa relação,
mas este Projeto de V. Exª é um Pedido de Providências de luxo, digamos assim,
porque o Prefeito já tem essa determinação, já tem essa possibilidade. Além do
que não é só essa ação que resolve o problema de trânsito de Porto Alegre.
Poderia melhorar? Sim, poderia, mas é uma abordagem muito pontual, sem que
resolva o problema. Mas repito, tenho uma contraposição a este Projeto, antes
do conteúdo, a questão formal, constitucional, ou orgânica, já que a nossa
Constituição é a Lei Orgânica do Município, porque o Prefeito já tem essa
atribuição.
O Sr. Mario Fraga: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Obrigada, Ver. Guilherme Barbosa, a recíproca é
verdadeira, no que diz à nossa amizade, nosso carinho. Gostaria de dizer que,
se fôssemos pensar assim, que o Prefeito já é autorizado a fazer tudo - isso
seria para a Saúde, Educação, Obras -, que quisesse colocar na Cidade, ele já
estaria autorizado. Nós estamos aqui para trabalhar, e V. Exª é um dos que
trabalham muito nesta Cidade, para dar essas soluções. Acho que foi
estabelecido o debate; se o meu Projeto vai passar ou não, hoje já não
interessa mais, pois a Cidade está discutindo, e – o que é melhor para mim – o
Executivo está preocupado. Muito obrigado.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Sim,
preocupado está, e já ouvimos até o Secretário Senna.... Aliás, acho que o
Secretário dos Transportes e o Presidente da ETPC, na verdade, é o José Vilmar
Govinatzki, porque o Secretário Luiz Afonso Senna a gente não vê, ele é
invisível. Mas já foi dito que ele não vai obedecer, o que é uma postura
autoritária, porque se é lei, tem de obedecer.
Por
último, gostaria de dizer que é a segunda vez que o Ver. Luiz Braz, nesta
tribuna, diz que entrei no serviço público de forma irregular. Eu não entrei de
forma irregular, entrei pela porta da frente. Isso não me assusta, já houve um
outro Vereador, já falecido, o Ver. Isaac Ainhorn... Isso não me envergonha,
entrei pela Justiça, pela porta da frente. Agora nomear pessoa que é da
família, que não aparecia no gabinete, aí, sim, é complicado. Mas esse debate
não me interessa, quero discutir política, mesmo em aparte anti-regimental, eu
discuto política. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo):
Apregôo as Emendas nº 02, 03 e 04 ao PLL nº 058/07, que institui, no Município
de Porto Alegre, o Acampamento Farroupilha. Solicito ao Ver. Ervino Besson que
assuma a presidência dos trabalhos.
(O
Ver. Ervino Besson reassume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson):
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.
(Tumulto
no Plenário.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson):
Vereadores, por gentileza, Ver. Guilherme, Ver. Luiz Braz, há um Vereador na
tribuna! (Pausa.) Obrigado, Srs. Vereadores. (Pausa.) Vereadores... Ver.
Comassetto, por gentileza!
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, Ver. Ervino Besson; Srs. Vereadores,
gostaria de falar sobre o excelente Projeto do Ver. Adeli Sell, porque,
recentemente, eu participei de um fórum de debates sobre turismo, na cidade de
Porto Alegre, e muito se falou sobre a questão gastronômica, que é uma forma de
olhar as culturas, de integrar as populações.
Quando a fome bate no fim da tarde, ela exaspera um
pouco as pessoas. Mas, resolvidos os problemas gastronômicos, nós vemos que
tudo volta à calma.
Nós temos um País riquíssimo em gastronomia, regionalizado,
a televisão não conseguiu uniformizar o País, e nós ainda temos a melhor
gastronomia do Norte, a extraordinária gastronomia do Nordeste, a maravilhosa
gastronomia mineira, a magnífica gastronomia do Pantanal, hoje, com os peixes, magnífica; os
paulistas, com aquela megalópole universalizada por quatro raças indiscutíveis,
enriquece o povo brasileiro com a sua gastronomia; e a Zona Sul do Brasil, que
é, talvez, o depositário da maior miscigenação cultural, de uma mestiçagem
maravilhosa, nos traz desde os produtos afro até os produtos europeus – alemães
e italianos -, e dessa forma nos mostra o quanto é importante para a integração
dos povos a questão da gastronomia. Por isso eu acho fundamental esse Projeto
do Ver. Adeli Sell, pois, na medida em que é escolhida a Semana da Bahia, traz
para nós o que há de melhor nos nossos afro-descendentes: a culinária trazida,
importada da África, que hoje é aceita em todos os salões do Brasil, em toda a
elite cultural brasileira, e deixou de ser uma comida popular para ser uma
gastronomia absolutamente sofisticada, artística e, principalmente, permitindo
a criatividade dos nossos cozinheiros, dos nossos chefs de cozinha e de
toda uma população que poderá usufruir de produtos baianos.
Nós
temos muito pouco em matéria de restaurantes em Porto Alegre e, quando os
grandes restaurantes, com os melhores tipos de alimentação, com a melhor
gastronomia se instalam, pouco tempo depois eles fecham, ou vão à falência, ou
seus proprietários desistem da atividade. E é isso que queremos evitar. Se nós
conseguirmos fazer um número importante de semanas do ano dedicadas às melhores
e mais marcantes gastronomias do País, vamos estar prestando a Porto Alegre um
especialíssimo serviço na área do turismo, por um motivo: o turismo foi
esquecido na cidade de Porto Alegre. Lembro-me, por exemplo, Verª Margarete,
que no morro Santa Teresa havia um magnífico restaurante panorâmico com uma
visão completa da cidade de Porto Alegre que foi perdido. O Projeto do Ver.
Adeli repõe esses restaurantes, traz cultura, traz gastronomia e traz,
fundamentalmente, alguns resgates. E se nós, um dia, por uma infelicidade
administrativa, mandamos embora a Ford para a Bahia, nós temos, hoje, como
compensação, que trazer a comida da Bahia para Porto Alegre, para ver “o que é
que a baiana tem” com seus acarajés, com seus abarás, com seus xinxins de
galinha e todos os seus produtos magníficos que tornam o mais caliente
possível uma gastronomia que marca um povo maravilhoso como o baiano.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Muito
obrigado, Ver. Claudio Sebenelo, que reassume a presidência dos trabalhos.
(O
Ver. Claudio Sebenelo reassume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Passamos
à
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 4114/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 018/07, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que
inclui inc. X no art. 43 da Lei Complementar nº 234, de 10 de outubro de 1990,
e alterações posteriores, que institui, em Porto Alegre, o Código Municipal de
Limpeza Urbana, incluindo ação no rol de atos lesivos à limpeza urbana.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR.
Relatora Verª Maristela Meneghetti: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Ervino Besson: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, I, da LOM;
- incluído na
Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 19-12-07.
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Apregôo
Requerimento do Ver. Professor Garcia solicitando a retirada de tramitação da
Subemenda nº 01 à Emenda nº 03 ao PR nº 063/05. Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Professor Garcia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.
O SR. PRESIDENTE
(Claudio Sebenelo): Em
discussão o PLCL nº 018/07. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o
PLCL nº 018/07. (Pausa.) O Ver. Almerindo Filho está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCL nº 018/07.
(Aparte anti-regimental.)
O SR. PRESIDENTE
(Claudio Sebenelo): Vereador,
há um orador na tribuna e não são permitidos apartes.
O SR. ALMERINDO FILHO: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo,
este Projeto inclui o inciso X no art. 43 do Código de Limpeza Urbana de Porto
Alegre. O objetivo...
(Tumulto
no Plenário.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; colegas Vereadores e Vereadoras, Ver.
Almerindo Filho, tínhamos combinado aqui, Sr. Presidente, de fazer uma
discussão sobre o Projeto. E quero fazer um registro, Sr. Presidente, pois,
talvez, o senhor não tenha visto: tanto o autor do Projeto quanto a nossa
ex-Presidenta Verª Maria Celeste tinham feito um pedido para discutir. Mas já
passou. Pena, porque quem perde é a Casa, que nós possamos fazer uma bela
discussão sobre um dos temas mais importantes sob o ponto de vista da
qualificação ambiental da Cidade, que são os resíduos orgânicos e os resíduos
sólidos. Toda a Cidade tem um fluxo de energia negativo. O que significa isso?
Que ela consome muito mais energia e devolve para o meio ambiente muito mais
resíduos de energia negativa, sejam eles de matéria orgânica, vegetal ou
animal, sejam eles de materiais recicláveis, que são plásticos, papéis, metais
e um conjunto de outros materiais, como madeira e assim por diante.
O Ver. Almerindo traz aqui, para incluir no Código
Municipal de Limpeza Urbana, mais um item, colocando como atos lesivos ao meio
ambiente e à Cidade, onde inclui que depositar em passeios públicos, depositar
em logradouros públicos, em riachos, arroios, córregos, lagos, lagoas, isso
tudo vem a ser crime contra o Município, e, ao mesmo tempo, estipula uma multa
para que esses infratores possam também ser penalizados. Está ótimo, a nossa
Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, não faz voto político: faz
voto para qualificar a Cidade. Mesmo sendo um Projeto da sua autoria, Ver.
Almerindo, da base do Governo, votaremos favoravelmente. Diferentemente da
discussão que houve, há poucos dias, de um Projeto de autoria do Ver. Carlos
Todeschini, com um Parecer favorável, inclusive, no conceito de Governo, quando
não conseguimos ainda os votos para votar esse Projeto, que é a instalação dos
hidrômetros na cidade de Porto Alegre. Digo isso porque este Projeto também nos
serve, Ver. João Antonio Dib, V. Exª, que já foi Prefeito desta Cidade, para
fazer uma análise da qualidade da limpeza urbana neste momento, na cidade de
Porto Alegre.
Lendo a sua Emenda, o seu Projeto, vim agora do
Extremo Sul da cidade de Porto Alegre e passei pelas estradas do Varejão,
passei pela Estrada das Três Meninas, e, pasmem os senhores e as senhoras, por
lá há animais mortos depositados, e não é de um dia. Já têm semanas esses
animais mortos depositados na Cidade. Vereador Todeschini, V. Exa e o Ver.
Ervino Besson são moradores da Vila Nova. Vereador Mario Fraga, que mora em
Belém Novo e conhece as estradas, passe lá na Estrada Francisca de Oliveira,
Ver. Mario Fraga, para ver a quantidade de depósito de lixo lá, neste momento.
Se nós temos que fazer, sim,
com que a população seja responsabilizada, nós temos que exigir, sim, que a
fiscalização do DMLU cumpra o Código de Limpeza Urbana, porque nesse mesmo
Código é dito que a responsabilidade pela fiscalização e pela aplicação das
multas é do Departamento Municipal de Limpeza Urbana.
E
eu leio hoje, na imprensa, que está vindo uma equipe, se não me falha a
memória, da Rússia para conhecer o trabalho de limpeza urbana, o DMLU. Eu
convido o Presidente do DMLU para que leve esses visitantes internacionais
nessas ruas que eu citei, nessas estradas que citei, vou repetir: na Estrada do
Rincão, na Estrada Três Meninas, na Estrada Francisca de Oliveira, na Estrada
do Varejão, que levem lá para ver a quantidade de lixo depositado. Inclusive,
digo mais, Sr. Presidente: na Estrada Três Meninas, um caminhão contratado pela
Prefeitura está depositando lixo no meio da rua. Isso é falta de gerenciamento,
é falta de fiscalização do nosso querido Departamento Municipal de Limpeza
Urbana, através da sua gestão. E a responsabilidade final é do Executivo
Municipal, do Sr. Prefeito José Fogaça.
Portanto,
votaremos favoravelmente ao seu Projeto, porque ele vem qualificar a Cidade,
mas exigimos que a Gestão cumpra as Leis já existentes no que dizem respeito à
limpeza urbana. Muito obrigado, senhores e senhoras.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Ver. Comassetto. Em votação nominal, solicitada por esta Presidência,
o PLCL nº 018/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 29
votos SIM.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0767/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 025/06, de autoria do Ver. Adeli Sell, que
altera a especificação, atribuições e lotação da Classe Guarda-Parques,
constante no Anexo I, letra “b”, da Lei nº 6.309, de 28 de dezembro de 1988, e
alterações posteriores.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Paulo Odone: pela existência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. João Antonio Dib: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Alceu Brasinha:
pela rejeição do Projeto;
- da COSMAM.
Relator Ver. Elias Vidal: pela
rejeição do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 29-11-06.
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Em
discussão o PLL nº 025/06. (Pausa.)
O
SR. WILTON ARAÚJO: Sr.
Presidente, para uma retificação, o Ver. Paulo Odone, na Comissão, deu o
Parecer “pela existência de óbice”, e V. Exª disse pela “inexistência”.
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo):
Eu disse “existência”, e vamos ver com a Taquigrafia. Eu disse “existência”,
mas muito obrigado pela intenção.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 025/06.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, nós, infelizmente, não temos
dado o devido valor a determinadas atividades da municipalidade, uma delas é a
questão dos Guarda-Parques. Os Guarda-Parques estão, hoje, com as mãos
amarradas, porque as descrições das suas atividades são descrições de uma
atividade de um tempo e de uma Porto Alegre que não existe mais, de uma Porto
Alegre bucólica, que não tinha invasão de parque, não havia venda de produtos
por camelôs ilegais, não tinha invasão de parque com moradores de rua, não
tinha invasão de parque com zoeira; eram outros os tempos. Havia poucos
Guarda-Parques, e sua função era muito mais circular, cuidar dos aspectos
naturais do parque. De que adianta um Guarda-Parque se ele apenas pode chamar à
atenção, se um Guarda-Parque não tem, na descrição da sua atividade, nenhuma
função fiscalizatória? Ele precisa chamar um brigadiano, precisa chamar um
fiscal da Saúde, por causa da vigilância sanitária, precisa chamar um fiscal da
SMIC, por causa da venda de um ilícito, precisa chamar um fiscal do meio
ambiente - e ele é um Guarda-Parque! -, por uma questão de ilícito em relação
ao ambiente onde ele está.
O
meu Projeto é simples, ele quer dar a verdadeira função que um Guarda-Parque
precisa ter. Eu peço a atenção e o voto de todas e de todos para dar a função
real que o Guarda-Parque faz, mas que, muitas vezes, ele não pode, pura e
simplesmente, assinar um papel que tenha uma atitude de coação, porque ele não
tem a autoridade que deveria ter; porque as atividades do Guarda-Parque não
foram modernizadas, não foram atualizadas, são de um tempo que não existe mais.
O Guarda-Parque real precisa ser exatamente isso que eu proponho no Projeto de
Lei. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo):
Muito obrigado, Ver. Adeli Sell.
O
Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLL nº 025/06.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o Ver. Adeli traz o Projeto,
debruçou-se em cima do mesmo, tem o seu mérito, mas nós queremos fazer algumas
colocações que entendemos pertinentes. Primeiro, no início da apresentação do
Projeto, naquela oportunidade, o Ver. Paulo Odone já colocava a existência de
óbice para a aprovação do Projeto porque o Vereador coloca as atribuições do
Guarda-Parque, determina as condições de trabalho do Guarda-Parque, o
recrutamento; ele coloca, inclusive, ascensão funcional - tudo isso são
prerrogativas do Executivo. É por isso que eu volto a dizer: o Vereador teve a
melhor das intenções, inclusive na sua Exposição de Motivos ele coloca que
conversou com os funcionários da SMAM. Só que fez tudo isso, mas o Vereador se esqueceu
de conversar com o Prefeito, de conversar com o Secretário do Meio Ambiente e
fazer esse retorno.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª está fazendo uma injustiça,
pois eu coloquei isso já em conversa com o Prefeito. Coloquei para o Prefeito
porque para o Secretário do Meio Ambiente, o senhor sabe, é impossível!
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Vereador,
eu respeito as posições divergentes, sabemos; eu respeito todos os Secretários
e as suas posições. Uma coisa que eu aprendi na vida foi conviver com as
pessoas e saber que há diferenças, nós temos de aprender a conviver com as
diferenças. Então, em cima disso, nós não temos condições e solicitamos aos
Vereadores que não aprovem. O Projeto tem o seu mérito, mas quando ele coloca
imposições às condições de trabalho, recrutamento, ascensão funcional, coloca
todas as diretrizes que são prerrogativas do Executivo, infelizmente não tem
como aprovar em função disso. Ou seja, ele já nasceu com o vício de origem. No
mérito, tem o seu posicionamento; mas na sua aplicação, ele tira a prerrogativa
do Executivo de determinar essas ações.
O
Sr. Wilton Araújo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço pelo aparte de V. Exª
Comungando da mesma opinião de V. Exª, quero dizer que foram tantas as
instituições criadas por este Projeto que parece que o Ver. Adeli está com
premonição; talvez ele queira ser candidato a Prefeito, talvez ele queira
chegar a ser Prefeito. Nada contra isso, mas só que o momento não é este, ainda.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado,
Vereador.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, este Projeto proposto pelo Ver. Adeli Sell, que especifica
atribuições e lotação da Classe Guarda-Parques, foi analisado em quatro
Comissões. Três rejeitaram o Projeto, uma aprovou o Parecer, que vou ler (Lê.):
“ A proposição tem por objetivo maior alterar especificações da classe dos
Guarda-Parques, especificamente no que diz respeito às descrições analíticas e
sintéticas. Um dos requisitos para o recrutamento é a lotação.
Basicamente supriu-se do texto original a expressão
‘reservas biológicas’, ressaltando, porém, aspectos como conservação e
preservação de parques, praças e outras unidades, voltando-se para orientação e
fiscalização de normas, leis e posturas, bem como mudando o requisito da
instrução formal, aumentando-o para o Segundo Grau, em lugar da 6ª série do
Primeiro Grau, e a lotação passou a alcançar praças e unidades de conservação.
Cabe destacar a afirmação contida na Exposição de Motivos de que as pretendidas
modificações são fruto da manifestação de servidores da Secretaria Municipal do
Meio Ambiente.
Não obstante, o Parecer da Comissão de Constituição
e Justiça apontar a existência de óbice de natureza jurídica para tramitação,
em razão de vício de iniciativa, o exame da matéria por esta Comissão frente às
atribuições não revela qualquer contrariedade quanto aos aspectos orçamentários
e financeiros. Pela aprovação do Projeto. Assinado o Relator Ver. João Antonio
Dib”. Este Parecer foi aprovado por todos integrantes da Comissão de Finanças, Verª Maristela
Meneghetti, Ver. Luiz Braz, Ver. Adeli Sell e Ver. Professor Garcia. Portanto,
este Vereador mantém a sua posição, vai votar favoravelmente ao Projeto. Saúde
e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado,
Ver. João Antonio Dib.
Encerrada
a discussão.
O
SR. ADELI SELL (Requerimento): Presidente,
solicito o adiamento da votação deste Projeto, o PLL nº 025/06, por uma Sessão.
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Requerimento,
de autoria do Ver. Adeli Sell, solicitando o adiamento da votação por uma
Sessão do PLL nº 025/06.
Em
votação o Requerimento, de autoria do Ver. Adeli Sell. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Queria
anunciar a chegada, nesta Casa, para nossa honra, do Presidente Metropolitano
do PR, Cel. Arlindo Bonetti Pereira. Seja bem-vindo na Casa, é um prazer
recebê-lo.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1800/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 058/07, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que institui, no Município de Porto
Alegre, o Acampamento Farroupilha, a ser realizado anualmente, no mês de
setembro, determina à organização do Acampamento Farroupilha a edição anual de
seu regulamento e às entidades participantes a apresentação de projeto cultural
a ser implementado no período de sua realização, determina premiação para os
melhores projetos culturais apresentados e dá outras providências. Com
Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CUTHAB.
Relator Ver. José Ismael Heinen: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CECE. Relatora
Verª Neuza Canabarro: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia por força do
art. 81 da LOM, em 18-02-08;
- discutiram a matéria os Vereadores
E.Guimarães, A.Oliboni, B.Vendruscolo e A.Sell, em 18-02-08;
- adiada a discussão por três Sessões.
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Em
discussão o PLL nº 058/07. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir o PLL nº 058/07, por cedência de tempo do Ver. Marcelo Danéris.
O
SR. ADELI SELL: Ver.
Sebenelo; Vereadores e Vereadoras, pois é: dois pesos e duas medidas. A
Comissão de Constituição e Justiça acha que eu não posso regular a questão dos
Guarda-Parques, mas a mesma Comissão de Constituição e Justiça acha que um
outro Vereador pode regular as atividades, dizer todos os procedimentos
necessários para as atividades do Acampamento Farroupilha! Eu acho, Ver.
Vendruscolo, que, em princípio, o senhor tem razão, porque, afinal de contas,
se o senhor tem a convicção de que deve haver mudanças, porque hoje a gente vê
um conjunto de problemas nessa atividade do Acampamento Farroupilha, porque, às
vezes, não fica muito claro para as pessoas que ali participam, afinal de
contas, quem é o responsável? O senhor propõe um conjunto de atividades. Mas se
é válido, se é legal, se é constitucional, se não tem óbice de natureza
jurídica para este Projeto, não pode ter para o meu Projeto. Tem que ter
isonomia, porque o problema é exatamente o mesmo. O senhor propõe um conjunto
de regras, um conjunto de procedimentos para que se realize o Acampamento
Farroupilha dentro daqueles parâmetros que V. Exª e um conjunto que eu conheço
muito grande de pessoas que defendem a Tradição do Rio Grande do Sul, o
Nativismo, querem implementar ali no Parque Farroupilha, durante a Semana
Farroupilha, no Acampamento. Então, se o procedimento é esse, se é legal, se é
constitucional, não pode ter uma posição diferente em relação ao meu Projeto. O
que se verifica, ultimamente, principalmente quando o Deputado, então Vereador,
Paulo Odone estava aqui, era sempre assim: se é de alguém da oposição, há
existência de óbice; se é da situação, não há problema nenhum. Eu espero que
essa era tenha passado! Eu queria também ver o pronunciamento dos outros
Vereadores para saber qual será o voto, porque assim é que vou discutir com a
minha Bancada o nosso voto. Se eu posso determinar elementos para o trabalho no
parque, o Guarda-Parque, então tem que ser válido para o meu projeto também.
Então, não pode ter um discurso aqui, e quando é um projeto da oposição ser
contra.
Eu só estou pegando o aspecto meramente
constitucional; então ou vale para todos ou não vale para ninguém. Quero saber
qual o voto de V. Exas, na
segunda-feira, no meu Projeto, porque o aspecto legal é absolutamente igual,
não há diferença alguma. Então, vamos nos entender, porque se um é
Constitucional, o outro também é, e eu quero saber destes votos. E eu quero
saber aqui: como bom gaúcho, como bom gaudério, é a palavra que basta, não precisa
nem assinatura.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver.
Adeli.
Em votação o PLL nº 058/07. (Pausa.) O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
058/07.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Claudio Sebenelo, Presidente; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, este Projeto tem méritos, e se estou propondo é óbvio que vou
defender o mérito e a legalidade. Mas vou chamar atenção de uma outra questão:
o tempo que se perdeu ao permitir que os acampados ali permaneçam sem um
regramento, dando condições a tantos que ali vão tão-somente com o objetivo de
ganhar. Mas ganhar não é pecado, o que é pecado é ganhar com a venda de
produtos e serviços que nada dizem com o Rio Grande do Sul.
Ainda não vamos mexer
- e aqui um recado, porque há ouvidos atentos, e é bom, e falo bem alto para
que saiam daqui, ouvindo o que eu penso -, ainda não vamos atacar isso, mas não
vai demorar que comecem a vender lotes lá. Há aqueles que tão-somente vão lá para usar da
semana Farroupilha, mesmo não sendo comerciantes, para ganhar dinheiro, porque,
quando são comerciantes nós temos que respeitar; quando pagam o ponto, temos
que respeitar. Agora, muitos lá vão só para explorar, de forma negativa, aquilo
que para nós é tudo, a nossa Semana Farroupilha; o momento maior ao culto de
nossas tradições.
E como disse, e vou reafirmar: é muito boa a
decisão do Prefeito José Fogaça em exigir um Projeto Cultural. Quer dizer, em
outras palavras, alguém para acampar precisa apresentar um projeto cultural. É
elogiável essa decisão, essa determinação. Nós queremos, neste Projeto, para
incentivar, premiar os melhores Projetos. Nós vamos premiar como forma de
incentivo.
Também não podemos deixar que cada Secretário,
enfim, que cada responsável tenha os procedimentos próprios para as demarcações
dos lotes, que é um outro problema que há no acampamento, pois se é amigo tem
lugar bem localizado; se não é amigo, vai para atrás da árvore! Já chega; nós
não podemos mais permanecer com a forma como está sendo dada para aqueles que
pretendem acampar, que são pessoas, empresas, segmentos, enfim; nós precisamos
louvar e dar o maior incentivo. Precisamos combater aqueles que dificultam
essas pessoas físicas e jurídicas bem-intencionadas.
Sr. presidente, eu espero que os Pares compreendam
a necessidade de se votar um Projeto que já vem tarde. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado,
Vereador. Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João Antonio Dib, o PLL nº
058/07, com ressalva das Emendas. APROVADO por 24 votos SIM.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de
Souza, a Emenda nº 01 ao PLL nº 058/07. (Lê.): “Acrescenta o art. 5,
renumerando-se os demais, conforme segue: fica vedado qualquer tipo de cobrança
para o ingresso no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho durante o Acampamento
Farroupilha”. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 16 votos
SIM e 07 votos NÃO.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Bernardino
Vendruscolo, a Emenda nº 02
ao PLL nº 058/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 22
votos SIM e 04 ABSTENÇÕES.
Em
votação a Emenda nº 03 ao PLL nº 058/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação nominal, solicitada pela Verª Margarete Moraes, a
Emenda nº 04 ao PLL nº 058/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Apregôo o
resultado: 16 votos SIM e 02 ABSTENÇÕES. Total: 18
votos. Não houve quórum. Essa Emenda será votada, em primeira mão, na próxima
Sessão de segunda-feira. Está encerrada a Sessão. (Pausa.)
(Aparte
anti-regimental.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Não, mas eu não voto nesta.
(Aparte
anti-regimental.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Retifico: APROVADA a Emenda nº 04 do PLL nº 058/07, com o meu voto SIM. Com 19 votos - eu voto SIM -, está APROVADA a Emenda.
O SR. HAROLDO DE SOUZA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de
quórum.
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Solicito
abertura do painel eletrônico para verificação de quórum, solicitada pelo Ver.
Haroldo de Souza. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Sete
Vereadores presentes. Não há quórum.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h10min.)
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